segunda-feira, 5 de abril de 2010

Catinga da Caatinga.


Para Léo Zadi

Ele é um peido que surge incensando o ar das idéias com um cheiro envenenado, uma catinga de caatinga beira-mar que invade as narinas do pensamento, recobrindo de névoas as mentes que deixam-se guiar pelo cheiro do blues azul do bode repentista e pelo chamado do lagarto da língua azul que acende, com a própria língua, o verbo que procura.

Ele é, também, um peido num Arruda lotado: o cheiro do gol Coral profetizado em flatulência repleta de zadiação. Ele é um peido-ninja: quanto mais silencioso, mais perigo oferece às narinas conservadoras, acostumadas com o mau-cheiro, que, por conveniência é aceito e tido como padrão de aroma.

Ele é um peido que altera a gravidade ao ponto certo para que malabares metafísicos não caiam no chão. É, também, o peido que faz o chão desabar e tudo levitar: os mirabolantes malabares, os mártires bodes repentistas, os lagartos xamãs da língua azul, as camisolas do dia, os véus da noite, os sorrisos das meninas, os caixas de som, as cuícas, e, sobretudo, faz levitar o ser que ele está. Mais um ser a zadiar, mas um ser zadio.

Simplesmente Zadi, parceiro e amigo ele é.

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