segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Aviso aos navegantes:

Venho, através desta postagem, avisar que voltarei a escrever sobre esportes e política no “Palavras do Guma”, já que não estou tendo tempo para escrever no “Bola Pensante”!

Abraços!

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Moça Salgada de Lua



Moça bonita de Sol
Moça salgada de Lua
O teu corpo flutua
Em meu arrebol

Me mostre o que fazer
Para teus lábios de fogo
Serem só meus de novo

Me mostre o que fazer
Para o teu juízo de Lua
Me querer de novo na tua

Moça sagrada de Sol
Moça escondida de Lua
O teu corpo flutua
Em meu arrebol

Me mostre o que fazer
Para que o teu corpo de fazes
Se arrepie com minhas frases

Me mostre o que fazer
Pra que o teu sorriso lunar
Seja novamente o meu lar

Vamos ensolarar o óbvio
Vamos ocultar o ódio
Vamos dizer sim ao amar
Que assim o mundo vai levitar

(Música incidental: Vai Levitar - Léo Zadi)

La Dolce Vita

Aquela que seria a tua cama
Assim como minh'alma, reclama
E está podre, e fede, e espanta

Aquela que seria a tua doce vida
Assim como minh'alma, anda perdida
E está podre, e fede, e espanta

E a dolce vita
De quem vomita
Frases de amor
Sem nenhum pudor

Me causa inveja
Me causa a morte

Me custa a sorte.

Ela em 5 frases.

Branca, não sei se de neve ou de coco, seu nome me lembra pensão. Sua calça jeans se encaixa bem em seu franzino e belo corpo. Sua camisa, da cor de burro quando foge, se encaixa igualmente bem. Seus olhos lindamente redondos parecem pedir algo. Seus cabelos pedem um cafuné, e sua textura lisa e sedosa torna-se um irrecusável convite.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Eita porra, Gol!

Decidi limitar o giro do motor que é o meu cérebro. Impossível? Talvez para vocês, pobres mortais. Saibam que estão lidando com um ser superior, de uma inteligência incomparável, porém, inútil. Sou tão inteligente que só escolho as piores opções.

Vou exemplificar: imaginem um meia canhoto que joga sempre pelo lado direito do campo, ao chegar perto da linha de fundo, com a bola dominada, e encontra um marcador.

Em 90% das vezes das vezes, o atleta faz a jogada preparando para o seu pé esquerdo, ou seja, fazendo o drible em direção ao meio. Este meia, em centésimos de segundo, pensa em dar o corte para dentro, em direção à linha de fundo, preparando para o seu pé direito, na tentativa de surpreender o seu marcador.

Porém, no meio do caminho, ele imagina que seu marcador pode estar pensando o mesmo que ele e prefere fazer o óbvio para, assim, iludir o dito cujo.

Resultado? Desarme, contra-ataque e gol do adversário.

Eu estava levando muitos gols assim.

Eu e Bárbara.

Bárbara, eu presto!

...

Caralho, Bárbara, eu presto!

...

...

Foda-se, eu prestobárbara!

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Michelo-Totô

Um tolete velho, branco, cheio de rugas, que fala incontrolávelmente, ora transferindo conhecimentos imprescindíveis, ora enrolando, indeliberadamente, os seus companheiros de latrina.

Ele é o ente principal e, consequentemente, mais vulnerável da latrina. Como está velho, desmanchando-se e a descarga pode ser dada a qualquer m0mento, ele tem pressa em convencer os habitantes da latrina que seus argumentos e convicções são as mais corretas.

Ele incomoda muita, mas muita gente!

Antes o barulho do conteúdo que o silêncio do vazio.

É um tolete louvável, um tolete raro!

Chororô

Chora,
Chora, pasmalhaço
Pois virou algodão doce
Os teus nervos de aço

Chora,
Pasmalhaço, chora
Pois cheiraram teu alcool
E beberam tua cola

Chora,
Chora, pasmalhaço
Pois fizeram macarrão
Com teus cadarços

Chora,
Pasmalhaço, chora
Pois nem fizestes tudo
E chegou tua hora

De morrer...

De rir!

(Guma & Zadi)

Psico-Samba Morenante (Trilogia PSI - Parte Final)

Mas que carga tão pesada tu carregas
E eu querendo quebrar regras
Pra não sofrer de desamor

Que ilusão!
Mas só sei que tu alegras
E me livra dessas trevas
Que fazem de mim um perdedor

Talvez serias um amor intinerante
Um brinquedo em minha estante
Sequer um caso iniciado

Que ilusão!
Tua presença é tão distante
Sendo o óbvio ululante
O teu não como recado

E caso encerrado!

Desilusão!
Alcançar essas tais metas
É o que dizem os alertas
Dos avisos dos caretas

Mas meu tesão
Só aumenta a cada instante
Pela psico-morenante
A razão das minhas letras

Psico (Mar & Ilha) (Trilogia PSI - Parte 2)

Morena,
Sequer imaginas o que fazes
Mas me explique as fases
Desse meu sentir

Morena
Será tua missão acadêmica
Provocar paixão epidêmica
Me diz pra onde ir

Pois teus óculos
Teus olhos
Teus olhares

Me adicionam aos milhares
Que desejam te ter

Pois teu sorriso
Tua cor
Teus andares

Me atraem às identidades
Do teu desconhecido ser

Morena
Essa tua voz de criança
Me traz de volta a esperança
Talvez, infância perdida

Morena
Não me analise agora
Quem, essa frase, ignora
Perde horas de vida

Pois teu cheiro
Teu colo
Teus colares

Derrubam todos os pilares
De quem, a ti, não quer ceder

Pois teu sorriso
Teu corpo
Teus lugares

Faz com que tudo o que falares
Provoque o meu derreter

Pois teu ser gira no ar
Pois teu ser quer viajar
E conquistar, e constatar
Sempre a girar

Usando esses óculos, a girar
Sendo mar e ilha, a girar
Até amar.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Psicogênese (Trilogia PSI - Parte 1)

Psicalgia,
Não me deixa escrever
Mais nada, nesse momento

Psicotrópicos
É o que eu preciso
Pra curar esse sentimento

Psicodélico
Psicoléptico
Psicossomático

Queria poderes pra te trazer pra cá
E fazer de ti um ser psicoanaléptico
Psicocinese pra te fazer levitar
Sem me importar se seria ético

Pois você é minha psicogênese

Faça:

Grite,
Mas ninguém vai escutar seu dizer
Ninguém vai se importar com você
Ninguém vai desistir
Do seu ônibus
Por amor

Evite,
Mas ninguém sequer vai perceber
Nem nada vai acontecer
Ninguém vai desistir
Do Carnaval
Por amor

Corra,
Mas ninguém vai atrás de você
Pois ninguém quer nem saber
Ninguém vai desistir
De um gol
Por amor

Morra,
Ninguém vai se entristecer
Ninguém chegue a perceber
Ninguém vai desistir
De foder
Por amor

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Ê, Manú, Ela! (ou Samba do Sorriso)


Morena
Por qual motivo teu choro chora?
Por qual motivo a lágrima rola?
Se eu estou aqui...

Morena
De quem é a culpa dessa dor de agora?
Será de Bush ou será da Coca-cola?
Quero te ver sorrir...

Pois teu sorriso felicita, facilita
Vem premiar, vem permear
Então vem, meu bem, amar!

Então vem, meu bem, amar!

Morena
Por qual motivo perdestes a hora?
Por qual motivo teu peito implora?
Se eu estou aqui...

Morena
Quem será teu salvador nesta história?
Quem será que terá tamanha glória?
De te fazer sorrir...

Pois teu sorriso gratifica, retifica
O que não há, e que pra estar, quer ar
Então vem, meu bem, amar!

Então vem, meu bem amar!

Pois teu sorriso paraliza, estatiza
Ou privatiza a estatal que prejuízo dá
Sejas aquela, Emanuela, meu par.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

O diário de Gui, a magrela.

De tantas formas já me tocaram, alguns de uma forma completamente insuportável, ora monótona, ora espalhafatosa demais. Outros, com uma maestria genial, fizeram de meu corpo sensível o caminho mais curto para o nirvana, ou mesmo para o mais orgasmático dos infernos.

Já me usaram de uma forma frenética, quanto mais movimentos por segundo, melhor. A superficialidade desses movimentos é o que incomoda. Eu sei que é algo inerente a qualquer tecnicismo exacerbado. As vezes não é a velocidade que importa, e sim, o jeito de se fazer a coisa.

Já me pegaram com força. Quase me arrombo toda. As pancadas e o peso, ou seja, a intensidade brutal. É uma forma que pode até satisfazer, mas, falta um pouco de suíngue, algo que atinja a alma, algo mais preciso e menos incômodo de agradar durante o ato.

Também já rolou de uma forma mais suave, contínua, quase que tântrica, quase que transcendental. O céu foi o limite, mas... faltou um pouco mais de velocidade, um pouco de violência, sei lá... agradar completamente é difícil.

O que importa é emitir sons diferentes a cada estilo e sentir o orgasmo alheio. Guitarras foram feitas pra isso.

Sonho Felino

Quatro gatos sonharam...
Que quatro gatos sonharam...
Que quatro gatos sonharam...
Que quatro gatos sonharam...

Que o mundo inteirinho
Só diria miau!

(Guma & Zadi)

Amo

Eu juro que nada temo
A não ser teu adeus
Que só vem para destroçar
Meus sentimentos ateus

E, para Deus, pedirei seu retorno
E em torno de seu ser vou tornar
A levar o mais ríspido esporro
Vindo Dele, para me destronar

Mas minha sina não é a Sena
Nem a Açucena a me santificar
E sim esse diabo, essa pequena
Pintada morena a me desdenhar

Pois ela é minha sentença
Presente, minha ausência
Ela é o meu protesto

A faca entre meus dentes
Em um verso, mil repentes
Em um verso, meu universo!

terça-feira, 18 de agosto de 2009

18ª Vez

Antes uma bala do que uma má idéia na cabeça. Guiado por este pensamento humanista, pensei em meus dias e noites solitários, vazios e de uma vulgaridade sem precedentes. Era o fim. Senão da agonia, o da falta de coragem de por um fim nisso tudo... Mas não seria covardia?

Essa dúvida era a única coisa que me separava do gatilho apertado e do tiro disparado. Morto, eu já estava! Eu já estou. Sim, faltava aquele toque final, a concretização do fato para os vivos (ou mortos, tal como eu). Lembro-me de ter escrito anos antes num poema o seguinte verso: “que glória se faz ao padecer sem entender as próprias palavras de ordem?”. Me via em minha própria obra, em minha própria constatação e pior, eu era o elo fraco da corrente.

Seria esse meu fim? Baseado no excesso simultâneo de coragem e covardia? De ignorância e de uma sabedoria baseada, apenas, na ironia socrática de que nada sabia? Puta que o pariu, que merda!

Quem me dera se, após concretizado o fato, meus inimigos sofressem com a minha morte e que meus amigos comemorassem o fim de minha agonia com uma festa daquelas. Infelizmente não tenho amigos nem inimigos suficientemente inteligentes, desprendidos e honrados. Todos são demasiadamente práticos. Acham que a morte do outro é a sua vitória (no caso dos inimigos) ou um fato pra ser visto com tristeza (no caso dos amigos).

Enfim, o revólver está aqui. A bala, ociosa, louca para cumprir seu papel... quer saber? Sou um merda, num mundo de merda que, portanto, merece a continuidade de meu ser ridículo e imbecil.

Será que na feira do troca-troca eu consigo um palmtop?

Oração à Satanás

Tu, Satanás em forma de morena
Farias eu andar de Vercelli à Ravenna
Por um simples capricho

Não me achastes no lixo
Nem mesmo me ganhastes na sena
Mas me condenastes a esta pena

Que faz meu coração tornar-se um fétido gás
E meus verbos virarem líquidas cagadas
Os meus olhares para quem te olha, flechadas
E minha respiração, orações a ti, Satanás

Desejo apenas que teu lindo e cheiroso pescoço
Faça de mim alguém mais velho ou mais moço
Que teu recheado e suculento par de seios
Alimente, com suas tetas, os meus desejos

E que essa tua carnuda vagina
Seja ou esteja mais apertada
Do que minha imaginação imagina

Vem de ré, Satanás!

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Domingo

Miúda, Intrusa

Teu cheiro invade meus ouvidos

Que, estatelados, soam medo


Desejos, ensejos

Meu mundo, embriagado, leva

Um destroçado olhar ao teu corpo


Um sopro, sofro

Ao ver que você, meu sonho

Afasta-se como um Domingo


Que sorrindo

Repetindo


Sempre vai

Sempre volta

Só pra me foder!

Oração Aos Que Ficaram

Abrace o morto
Ele está com frio
Entrega teu corpo à casca do ovo
Abrace o morto

Ele é rico, mas anda roto
Ele odeia a natureza... flores?
Olhos da primavera: as bocas!
Que antecedem o clarão

Explosão, ataque cardíaco
Destruíção, conta atrasada
Nome no Serasa, ideologia inox
Prestobarba, olho de pereba na cara

Abrace o morto
Ou cague em seu cadáver

(Guma & Biagio)

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Sidharta (ou A Magrela Branquela)


Em meu passeio matinal, observando a natureza e, consequentemente, o lamaçal que, invariavelmente, forma-se no caminho entre o CFCH e o CE sempre que chove, flagrei uma magrela, branquela, completamente sem graça (mais por ser branquela do que pela sua magreza, visto minha inegável predileção por mulatas), ela, com um andar apressado e, ao mesmo tempo, distraído, ali, pelo meio do lamaçal.

Você quer saber o resultado deste andar? Isso mesmo, ela se espatifoou no chão, ou melhor, na lama. Passou, em menos de um segundo, de uma magrela, elegante, mas sem graça, para uma porca magrela, coberta por lama, porém, ainda elegante e com uma coisa que, se não era um atrativo objetivamente falando, passou a ser algo observável de forma admirável.

Confesso que não consegui esboçar um sorriso, o que seria normal vindo de mim ao presenciar uma cena como a aquela, mas também não tive a pena que nos faz dar a mão para ajdar o outro. Como um bom pretenso budista, acredito que existem, entre nós, os pequenos e os grandes barcos. Não que os pequenos sejam inferiores ou egoístas, apenas acreditam que o próximo deve aproveitar as dificuldades para aprender a se superar e ser forte para levantar-se sozinho. Não sei se era isso que ele queria dizer, mas tenho o direito de interpretar as coisas da forma que me convém. Talvez eu seja um Hitler Interpretando Nietzsche, mas, que se dane!

Por falar em pensadores, não lembro se foi Voltaire quem disse, mas, na dúvida, roubo-lhe a frase a la Michelotto e digo que a vida é muito curta para aprendermos apenas com nossos próprios erros e, aquela magrela, branquela, elegante, sem graça e, agora, toda melada de lama, me ensinou um dos segredos da vida, óbviamente que sem querer, pois, se fosse por querer, todos os adjetivos antes destinados a ela teriam um adjetivo complementar seguido de hífem: idiota.

É senhores, o que aprendi é que quando se está na lama, ou na bosta, se preferirem, não se pode haver nem pressa, muito menos descuido, pois, algo maior e mais vergonhoso provavelmente acontecerá.

Sarney que o diga.

(Se ela tivesse mais melanina na pele e oito quilinhos a mais, eu a comeria, em agradecimento)

(Guma)

Exercício para a alma




Abraçar o morto: faça! Nojento? Feio? Pecado? Que nada!

Faça, façam, façamos! Abracemos os mortos! Qual é o problema? Já não o fazemos exaustivamente em vida, ora defendendo suas ideologias, como no caso de Marx, ora ouvindo seus discos, como Elvis e Michael Jackson, entre tantas outras formas de babação ontológica? Creio que fazê-lo físicamente é bem menos comprometedor!

Como em todo processo deve-se respeitar as fases, seja gradativo, experimente dar seu primeiro abraço gelado usando como artifício (ou alvo) algum jornal-açougue. Siga meu conselho, dirija-se à última página do caderno policial, lá está o “filet mignon” da carnificina diária, o melhor cadáver, o corpo perfeito para se perder este cabaço existencial.

Depois de abraças aquele símbolo, deveras distante da realidade em forma e textura que pretendemos atingir, é interessante avançar um estágio nesse processo, talvez vários. Aconselho a ida a uma feira livre, procurar o negão da galinha, escolher uma delas, de preferência a maior de todas, para ser, sumáriamente, abatida. Antes de ocorrer o tal assassinato, experimente dar um abraço apertado. Preferencialmente assista o crime, dê um outro abraço após consumado e consuma a dita cuja, de preferência à cabidela.

Após consolidada a noção de que se come um cadáver todos os dias, o resto é mais fácil. Excetuando-se, óbviamente, a continuidade de seu status carnívoro e, em certos casos, a manutenção de seu casamento.

Entendem? Comemos, beijamos, escutamos, veneramos, enfim, abraçamos mortos todos os (santos ou não) dias, mesmo que alguns estejam, biológicamente falando, vivos.

Abrace o morto, mas não espere nenhum tipo de reciprocidade.