quinta-feira, 18 de junho de 2009

Tubo de Ensaio


A minha alma é um tubo de ensaio
Desses que eu compro lá nas ruas do Antigo
A minha alma não entende o que eu digo:

"Enquanto o 'L' não chegar daqui não saio"

A minha alma é um tubo de ensaio
Laboratório eternamente éter
Naquela Sexta fui sininho e fui Peter

"Enquanto o 'L' não chegar daqui não saio"

Onde é que está o conteúdo dessa letra?
Está lá dentro da ampola do capeta!

(Biagio, Guma & Zadi)

domingo, 14 de junho de 2009

Lula Lá?



Brasil? O que se pensava, através dos tempos, quando se falava deste imenso e, até um dia desses, adormecido país sul-americano? Um país que tinha como capital, Buenos Aires? Uma imensa selva onde se encontravam cobras gigantes, capazes de engolir um boi (com uma mulata em cima) num só bote? Um país onde as putas eram baratas e boas de cama? Pois bem, em breve, 2010 virá, o ultimo ano do mandato de Lula, um presidente que, indiscutivelmente, mudou a historia do Brasil, mexeu com a auto-estima do brasileiro, nos fez sentir atores principais das deliberações de ordem global. Definitivamente, nos colocou no mapa.

Há os que achem ainda que Lula é do mesmo time de FHC, que viaja muito, que se preocupa muito pouco com a política interna ou que seu governo é marcado pela corrupção. A diferença é bem simples: FHC era um palestrante, Lula um chefe de Estado.

O governo de FHC deu um uma impressão de que equilibraria as finanças brasileiras, quando na verdade não passou de um paliativo. Pelo Real, muito teve de ser sacrificado, inclusive, os investimentos em educação e no social. O destaque de Lula em sua política externa não pode ofuscar ou seu trabalho enquanto administrador de um país falido (quem não se lembra, foi assim que Lula encontrou o Brasil) com uma divida externa imensurável, problemas sociais crônicos, sem investimentos na educação de base e superior. Hoje temos um país com avanços significativos em todas as áreas, inclusive na área econômica, onde, num tempo de crise mundial, o Brasil deixou de ser devedor para ser credor do Banco Mundial, banco este do qual falarei mais adiante.

Corrupção? Seria mais fácil Lula acabar com a fome, é (infelizmente) da índole do brasileiro, conseguir um jeitinho para tudo. Isso não quer dizer que é o certo, porém, somos um país que teve como os primeiros habitantes fixos, ladrões e prostitutas, começa por aí. Nossa sorte foram os negros, pois, se dependêssemos dos portugueses... Enfim, uma coisa é haver corrupção, como na época de FHC, e ela ser colocada pra debaixo do tapete, outra coisa é ela existir e ser estampada na capa da Folha, ser matéria de destaque no Jornal Nacional, e, mais importante, ter o empenho máximo da Policia Federal.

Voltemos ao Banco Mundial. Barack Obama, diante da atual crise mundial, provocada por aqueles que não pensaram na melhor distribuição dos recursos, e da atual conjuntura, onde a antiga dependência em relação aos mercados e ao próprio EUA, já não existe mais, traça uma estratégia para colocar um certo pernambucano na presidência do Banco Mundial. Isso mesmo, aquele retirante, com o diploma de torneiro mecânico, hoje, presidente do Brasil.

A intenção é bem simples, mudar a política do banco, deixá-lo com uma visão mais social (ou socialista, quem sabe...) e também agregar sob a tutela do político mais popular do mundo opiniões e decisões dos países subdesenvolvidos, uma jogada perfeita. Uma escolha que poderia mudar a história.

Fazer o que? Deixaram o homem trabalhar! Deu nisso. A esperança venceu o medo.

sábado, 13 de junho de 2009

Samba do Princípio


Finitude
Travestida de moral
Finitude
Atitude de Mobral

Que transforma
Uma carta de amor
Numa declaração de guerra

Finitude
Aquecida a água e sal
Finitude
Felicidade universal

Que aflora
Baseada na dor
E sentimentos de quimera

Que merda, ô!
Que merda!

Finitude
É teu querer, mulher!
Que quando nao te quero
Me quer

Que desafia
Esse meu caminho de dor
Que me assusta amassando
Uma flor

Já morta.

Que bosta, ô!
Que bosta!


sexta-feira, 12 de junho de 2009

Fases da Lua




Quer ficar? Eu deixo! (...) Vai não... por favor.

Encerra essa mazela, vai, diz que vai ser pra sempre, uma mentirinha não faz mal a ninguém. Diz que me ama, uma mentirinha não faz mal a ninguém. Diz que eu sou o homem da tua vida, uma mentirinha, definitivamente, não faz mal a ninguém.

Quer saber? Te fode! Nem de mentira eu gosto! Porra de ser pra sempre, porra de ser homem da tua vida... No final das contas tu quer pica. E no dia que eu te comer e tu não gozar, tu vai querer outra pica, e depois outra, e depois outra, e outra, e outra.


Desculpa, acho que exagerei. Sou louco por você, não vivo sem você. O certo é que você me deixa inseguro, meu amor. Faz de mim um ser bipolar, incerto sobre as coisas entre nós dois. Nunca sei o que é certo quando estou contigo, nem sei se é certo estar contigo. Puta merda, sequer sei se estou contigo. Estou?

Tomar no cu, porra! Ta achando que eu sou teu fantoche é? Teu mamulengo? Sou menino não, rapariga! Tu fica aí com esse teu gueri-gueri, nem fode nem sai de cima e eu me fodo. Fico nessa de homem apaixonado, e, no final das contas, tu vai é me dar um chute no rabo. Vou ser bem sincero contigo, tu só me traz mazela, só me faz sofrer, só me tira do sério... nem foder direito tu sabe, nunca vi, uma rapariga que não sabe foder. Quer saber??? Quer saber??? Te fode!

Eu te amo.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Manifesto Macho Não-Machista (Nem Comunista)



INTRO

Num tempo onde ser macho parece crime
E os metrossexuais é que tem vez
Manifesto meu ser, homem, para vocês
Esperando ate que me recriminem
Pedindo as mulheres: raciocinem!
Vocês gostam de macho, ou de gays?

I

Coisa de homem

É fazer sua masculinidade ser reconhecida
Pois ser homem deriva da contrapartida
De que ser homem é ser diferente
Da maravilha, mulher, que de repente
Quer a igualdade sem saber como usá-la
Esquece que o poder é como uma granada
Que pode acabar explodindo nas próprias mãos
Destruindo tantas mentes e corpos sãos
Por um desejo que não leva a nada

II

Coisa de homem

É, sim, exercer a sua masculinidade
É gostar de mulheres de verdade
Não de mulher querendo ser homem
Que abdicam de sua bênção, que logo some
Masculinizando-se, perdem a graça
Para outra mulher, pode ate ser massa
Mas pra um homem, tenho certeza que não!
E não venho sugerir nenhuma proibição
Pois não sou adepto da lei da mordaça

III

Coisa de homem

É gostar da mulher e de sua presença
Não é metrossexualizar sua consciência
Nem deixar feminino o seu pensamento
É, sim, sempre agüentar e sem lamento
Os pesos que a vida nos da sem do
É reduzir as dificuldades a pó
Seja no litoral ou no terreno mais seco
É respeitar, mas também impor respeito
As mulheres que estão ao seu redor

IV

Coisa de homem

É ser justo, sem perder a autoridade
É reconhecer, sem raiva nem vaidade
As superioridades do sexo oposto
E saber impor, mesmo a contragosto
Aquilo que ele tem de bem melhor
É saber acompanhar uma moça só
Podendo até levá-la ao seu leito
Mas sem provocar o despeito
Que, de um belo par, desata o nó

V

Coisa de homem

Nunca será maltratar uma mulher
Muito menos dar tudo o que ela quer
Para elas de tudo, e ficaras sem nada
Virá então a pior de todas as lapadas
A mistura de veneno e anestesia
Aquela que mata um, quase todo dia
Aquela que dói, mas não se sente
Culminada, talvez, pela aguardente
Tomada num pega-bebo, como ela queria.

VI

Coisa de homem

É brincar, é saber ser manobrado
De enfeite, saber porra nenhuma, se for o caso
É deixá-las fazerem aquilo que mais sabem
Sempre controlando a vaidade que as invadem
Quando a vitoria surge de algum lado
É ter paciência, sempre quando pressionado
Quando a tal da TPM vem quente
Pois nessas horas, pra elas, ninguém é gente
E se for, elas nos querem sempre afastados

VII

Coisa de homem

É não confundir ser macho com ser machista
Também é seguir este manifesto a risca
Mesmo que há alguns isso muito incomode
É resolver um assunto com um “te fode”
Mas também argumentar quando possível
É se comunicar, de uma forma audível
Sempre que for defender a sua classe
Seja qual for a causa que ele abrace
Seja qual for a proposta elegível

FINI

Saber ser homem

É ser homem em todos os casos
Nada tenho contra os viados
Pois cada um faz e dá aquilo que quer
Mas assumo ser homem pro que der e vier
Pois ser homem, seja pobre ou abastado
É saber ser patrão e saber ser criado
Daquela que sabe ser mulher.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Espermistêmico

Néctar de ninfa
A pureza na putaria
Versos epidérmicos
Vulva e verve

Orgasmos epistêmicos
Que nem Buda negaria
E nenhuma puta aprovaria
A ninfa envenena

Renovando a simetria


Um bumerangue
Com duas cabeças de rola
Voando entre os urucus
Lançado pelo vento boqueteiro

Ele espermanece girando no ar



(Guma & Zadi)

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Sei Lá!



Oi, me faz um favor?

Desculpa, sei que mal falo contigo, que não respondo quando você fala comigo no MSN, essas coisas. Mas sei lá, você foi a única pessoa que tava em casa hoje, a única que não iria tirar onda com a minha cara... Sei lá. Num sei... Iria?

Tô agoniada mesmo, ta dando pra perceber, né? É que, sei lá, nem sei como te dizer... Têm certas horas que nós precisamos daqueles colegas com quem nunca falamos... entende? Pessoas que, mesmo não sendo íntimas, nos passam uma confiança... Ai, sei lá... Posso confiar em você?

Tem calma, vou te dizer o que é... Mas jura que não vai me julgar? Né?

Ai, nem sei porque eu to aqui... nem te conheço direito, as sinto que em você posso confiar, e sei que você vai me ajudar... Você tá sozinho em casa? Ótimo! Vamo pro teu quarto agora, preciso de algo seu agora mesmo. No teu quarto tem banheiro??? Ótimo!!!

Pronto, fecha a porta. Acho que posso te dizer o que eu quero.

Me arruma teu barbeador, vou no ginecologista hoje, to com um medo danado de passar vergonha!

Pode ser?

Sexta


Aos teus pés sou normal
Tenho medo de te ter
Medo de te perder
Para mim

Se tudo não for tão mau
Sexta-feira vou te ver
Pra tentar te entender
Ao fim

Finalizo meu querer
Ao ver tua maluquice
Tão normal
Tão mortal

Me identifico com teu ser
Talvez seja só tolice
Afinal
Ao final

Aos teus pés eu sou mortal
Tenho medo de querer
Um certo dia esquecer
De mim

Na minha vida, tudo igual
Então encontro você
Pra tentar enlouquecer
Enfim

Finalizo meu querer
Ao ver tua maluquice
Tão normal
Tão mortal

Me identifico com teu ser
Talvez seja só tolice
Afinal
Ao final

Jogo pro alto
Toda aquilo que possa me fazer mal
Mas estou do seu lado
Como se tudo isso fosse normal

Como se fosse meu trabalho

Me sinto um marinheiro ao léu
Sem comida, mas com grana
Eu já nem quero mais o céu
Nem morar na Alemanha

Achando o impessoal
Na pessoa que me ama

domingo, 7 de junho de 2009

Passatempo


Clara escuridão que interrompe
Os meus pensamentos mais vitais:
Mais sacanas e imorais

Rara aptidão que me consome
Me faz juramentos irracionais
Velharias, tão atuais

Que não mais atuam
Nesta peça
Que é a minha vida

E que não mais perduram
Como uma festa
Que a todos extasia

Agora é só esperar a hora
De ver o sol sair
A sorte vem e às vezes sobra
É hora de dormir

Sem querer mais rir

Para a solidão que vem sem nome
Os meus sacrifícios mais fatais:
Meus desejos de amor e paz

Enquanto a lucidez vem e some
Eu me divirto muito mais
Zombando desses mortais

Enquanto eu atuo
Nessa peça
Que é a minha vida

Lá fora
O dia recomeça
Mas nunca me avisa

Agora é só esperar a hora
De ver o sol sair
A sorte vem e às vezes sobra
É hora de dormir

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Samba da Doença





Apalpa,
Metafísicamente,
Aquilo que cativastes
Com teus pés

Pois tu me pisas
E, assim, cativas
Me joga na lama
Me enche de fama

É noticiado o meu revés.

Afaga
Intuitivamente
Aquele que amarrastes
Aos teus pés

Pois tu me avisas
Que as tuas divisas
Agora são profanas
Meu sangue, derramas

E cada gota, vale dez.