sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Mirabolante Malabar


Um malabar
Malabaresco
Mirabolante
Num bar grotesco

A mirabolar
Malabar malandro
És um malabar
A desarmar o ar

Mirabolante malabar
É teu sorriso, menina
É teu olhar que fascina
Ao atrasar o azar.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Lua Sorriso



Lua iluminada
Enluarada pelo Sol
És minha guia
E meu destino

Lua enraizada
No céu da boca do céu
Dai-me a clareza
De menino

Criança de rua que sonha
Em um dia ter
A sua própria Lua

Criança de Lua que sonha
Em um dia ter
A sua amada seminua

Lua cheia
Lua luz
Refletida no Capibaribe

Lua crescente
Lua torpôr
Lua sorriso do meu amor

Lua que eu sou.

Docidão


Eu te adoto, menina
Tua sina: casta e alegre
Mansidão que azucrina
Desatina, mas cura a febre

Beijo doce
Proibido é proibir
Que seu cheiro me invada
Que teu sorriso me ilumine

Ou que teu beijo aumente
Terminantemente
Minha taxa de glicose.

Admirável (I)Mundo Novo



Você invadiu o meu mundo
Que era imundo
E outro, logo se transformou

Passando a ser habitável
Agora potável
A água se transformou

Você surgiu em minha vista
E tão prevista
Era essa sua aparição

Vindo quando parecia tarde
Agora arde
Novamente uma paixão.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

O Samba de Manú

Morena
Por qual motivo teu choro chora?
Por qual motivo a lágrima rola?
Se eu estou aqui...

Morena
De quem é a culpa dessa dor de agora?
Será de Bush ou será da Coca-cola?
Quero te ver sorrir...

Pois teu sorriso felicita, facilita
Vem premiar, vem permear
Então vem, meu bem, amar.

Morena
Por qual motivo tu perdestes a hora?
Por qual motivo teu peito me implora?
Se eu estou aqui...

Morena
Quem será teu salvador nesta história?
Quem será que terá tamanha gloria?
De te fazer sorrir...

Pois teu sorriso gratifica, retifica
O que não há, e que pra estar, quer ar
Então vem, meu bem, amar.

Sejas aquela, Emanuela, meu par.

Samba do Trote


Emanuela
Acabou de abrir um sorriso-chamado
Contido de graça, carinho e ternura
E deveras ensimesmado


Emanuela
Tratou de tecer o melhor comentário
Sensível e belo, de rara "finura"
Com o sorriso estampado


E que esse sorriso
Que já foi o meu mote
Fique bem à vontade
Pra me levar à morte


Se o caso for de ir
Sem direito a apelação


Mas e o destino estiver
A passar só um trote
Podem ter certeza
Que já tenho a sorte


De ter o seu sorriso
E de ter o seu coração


Emanuela
Forrou meu forró, chorou meu chorinho
Cantou o meu canto e chamou minha chama
Não achando o bastante


Emanuela
Sambou para mim, sorrindo baixinho
Quem dera ouvir ela dizer que me ama
Que doçura inebriante


E que esse sorriso
Que já foi o meu mote
Fique bem à vontade
Pra me levar à morte


Se o caso for de ir
Sem direito a apelação


Mas e o destino estiver
A passar só um trote
Podem ter certeza
Que já tenho a sorte


De ter o seu sorriso
E de ter o seu coração


Emanuela, minha razão!

Samba da Nóia


Por qual motivo
É tão difícil acreditar
No que sinto por você


Por qual motivo
Não podemos nos amar
Sem medo de sofrer


Não me faça deixar de ganhar horas
O que eu sinto, sempre te darei provas
Não me faça deixar de ter o teu carinho
Deixe que sejamos, árvore, passaros e ninho


Deixe de nóia, mulher!
Deixe de nóia!
Teu amor é meu remédio
O meu amor é teu, senhora.


Aproveita que tá na hora!

Noir.




Escrever não é fácil
Sentir também não
Mas sei que seus olhos
São minha direção


E teus beijos, suados, escuros
Escondidos


Me tiram do chão
Me põem no ar
Noir, noir, noir, noir!


Meu amor!


Te convencer não é fácil
Não te amar também, não
Minha palavra é o convite
Para o devir da ação


E meus beijos, suados, escuros
Escondidos


Seus sempre serão
Pra você degustar
Noir, noir, noir, noir!


Meu amor!


E no ar
Sempre estará
O que nos fará ficar
Para sempre nesse lugar


Chamado amor.

Amor.




E só queria que você acreditasse
No que eu digo, no que eu sinto
Nesse exato momento
Que aquele sonho, não é só seu


Ele é seu, ele é meu e de nossos filhos


Eu só queria que você acreditasse
Nesses seus meus olhos d'água
Que veem você por toda parte
E olham os seus pra algo dizer


Eles dizem te amo, e vai ser pra sempre


Eu só queria que você acreditasse
Que eu sou seu, para o que vier
Estarei ao seu lado, nessa tempestade
Serei seu barco, sua bóia e sua ilha


Escreverei em seu corpo o mapa dos caminhos


Eu só queria que você acreditasse
Que as minhas promessas serão cumpridas
Que minha vida e a sua será só uma
Meus gritos de alerta, serão por amor


Pois a estrada é sinuosa, meu amor sereno


Eu só queria que você acreditasse
Que toda loucura será perdoada
Venha ao meu lado por esse caminho
Não tenha medo, serei seu protetor


Mesmo sem meus escudos, que voce me tomou.


Pois só você sabe como me fazer feliz ou sofrer!
Pois só você sabe como me fazer feliz ou sofrer!

Neguinha.




Ô Nêga


Dissolve esse tumor
Chamado desconfiança
Pois só o presente
Merece lembrança


Ô Nêga


Acredite no amor
Tenha mais esperança
Um amor ardente
Merece confiança


E nós dois queremos ser um
E mais um, e mais um, depois
Mas você insiste em sermos dois
Só, sequer sou algum.

Inevitável Amor


Pra que fugir
Do inevitável amor?
Se as nossas vidas nos pedem mais
E não quer que olhemos pra trás


Então, pra que se impôr


Pra que fugir
Do interminável amor?
Se o destino me fez e te fez capaz
De vivermos um amor sagaz


Capaz de fugir da dor


Busco teu sorriso em cada luar
Procuro teu cheiro em cada sonhar
E tua pele, tua gota, nascente e foz


Ouço tua voz em conchas do mar
Meu amor é só teu, só falta entregar
E quero o teu: meigo, passivo ou feroz


Tire nossos pesos, correntes
E seja dos meus entes
Aquela donzela, rainha bandida
O amor da minha vida.


E pare de fugir
Do inevitável amor.

Teu, Corpo Meu




Não sei, Emanuela
Se eu soubesse, talvez, nem diria
Só sei que teu amor, me parece utopia

E em tempos de crise
És meu banco mundial

Não sei, Emanuela
Em mim, qual sentimento, antes, havia
Se esse diálogo terminava em aporia

Se for, me avise
Este amor é anormal?

Pois teus cabelos, mulher
Teus cabelos são, de Andrômeda, as correntes
Que me prendem ao que, por mim, sentes
Meu ninho, minha cocaína

Pois teus olhos, mulher
Teus olhos são minha pena de vida ou morte
Eles decidem meu azar ou minha sorte
Meu espelho, meu mantra

Pois tua boca, mulher
Tua boca é meu instinto de sobrevivência
É minha sacanagem, minha inocência
Meu sorriso, meu terreiro

Pois teu pescoço, mulher
Teu pescoço, é minha carne de primeira
É meu loló, minha seda, meu pé de roseira
Meu jantar, meu chocolate

Pois teu peito, mulher
Teu peito é o melhor dos meus travesseiros
É a minha salvação, minha paz, meus receios
Meu terremoto, minha mamadeira

E teu ventre, mulher
Ah, teu ventre, é o meu fértil quintal
Onde plantarei meu jardim ancestral
É meu meio, é o meu fim...

Meu princípio.

O Neto de Terezinha (Ou História que Chico Não Contou)

A primeira chegou
Como se fosse ficar
Fiz-lhe logo uma filha
Pois só pensava em se matar


Ela impediu minhas viagens
E os sonhos que eu tinha
Namorando era princesa
Mas casada era mesquinha


Por lhe dar umas lapadas
Nas horas de aflição
Não me quis pra mais nada
E a vaca disse “não!”


A segunda chegou
Eu a conheci num bar
Foi me dando de primeira
Foi simultâneo o gozar


Vigiava as mensagens
Do orkut que eu tinha
Em menos de uma semana
Já tava com frescurinha


Por lhe dar umas mãozadas
Nos momentos de tesão
Ela ficou estilada
E a vaca disse “não!”


A terceira chegou
Como quem fosse pro nada
Era uma puta velada
E, se matar, também tentou


Ela não sabe dos meus gostos
E nem sabe o que quer
Se é deitar na minha cama
Na de Fulano ou na de Mane


Não lhe dei umas lapadas
E nenhum tipo de agressão
Ela disse: “não és de nada”
E mais uma vaca disse“não!”

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Saldo

Dormimos palhaços... acordamos burgueses.
Por mais quantas vezes seremos amor?
Sonhamos descalços... gozamos às vezes.
Sou, por meses e meses, um mero ator.

Por que será que o Carnaval tem que passar?
Por que será que o Carnaval tem que voltar?
Por que não ser ao invés de estar?
Por que não-ser ao invés de estar?

Coit(ad)o Interrompido

(DENTRO)
Você não é mulher de se jogar fora...

(FORA)
E sim, mulher de se jorrar dentro...

(DENTRO)
No mais profundo e mais no centro...

(FORA)
Eis que então é chegada a hora:

(DENTRO)
Rápido, agora!!!

(FORA)

Fora...
Fora...
Fora!

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Hegeliano



Eu vou regar
O rêgo do hegeliano
Vou revogar
A goga de quem tá reinando

Eu vou juntar
O nêgo com o ariano
Vou profanar
A reza de quem tá roubando

E regorgizar
Enquanto tô regurgitando
E regurgitar
Enquanto tô regorgizando

Abortando fetos... Ano à ano
Vou fodendo o mundo, salvando-o

Reggae Primordial (Tamireggae)


Branca...

Pedaço de Sol
Pedaço de sonho reluzente
Que enfrenta as trevas
Com um sorriso

Que é raio de Sol
Que é raio de vida colorida
Que dá vida à minha vida
Tão triste

Eu andava tão só
Eu andava tão negro
Que não via que a Lua
Era a minha amiga

Pois reflete o Sol
Reflete esse teu sorriso
No qual coloco a esperança
De não ser mais só

De não ser mais só...
E de ser mais Sol...
E de ser mais...
E hei de ser mais.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Sem Título?




Por teres um sorriso que faz
Ser invencível a minha paz
E temível a saudade

Por teres um ódio tão fulgás
E por não amares demais
Com essa identidade

E também por não mentires
Nesses teus falares
Nem as verdades, Tamires
Eu vejo revelares

Pelo teu beijo perdido
E pelas acusações de não saber te beijar

Sou teu fã assumido
Teu herói ou bandido
O que você desejar.

:(

É a 15ª vez que tento escrever algo aqui.

desculpem... prisão de ventre!

Sorte no amor e azar nas letras?

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Cafôfo.

“Seis... Cafôfo!” Pescoço de algodão-doce, escudo de adamantium! Tudo bem, estou com meus amigos e gente bonita na mesa. “Treze... Cafôfo!” Tanto não é desdém... Os bares não possuem tantos malabares como deviam Bragi e Igarb sê-lo em dúvida morta! Olhar de quem têm medo fere aquele que negocia pescoço de algodão-doce com cabelo de seda que caga doçura e vomita bastidores. “Vinte e três... Cafôfo!”

Amor Clichê

Toque violão pra mim...
Faça-me um poema de amor...
Ame-me.

Mas não como quem caga o podre...
Mas como quem persegue a caça...
Sou sua presa...
Minha alma presa.

Presa ao teu ventre.
Ao teu intestino.
Ao teu jantar...

Cante-me uma canção de amor...
Faça-me uma canção de amor...
Quanto mais brega melhor...

Quanto mais cult, mais brega.
Quanto mais brega, mais nós.
Seremos, então, um amor clichê...

E isso é raro nos dias de hoje.

Escudos



Ó meu pedaço
A cada passo...
Terno e compasso...
Em teu cangote, inebriado...

Um Paço à frente e caímos no rio!
E três Paços, do outro lado...

Tenha coragem, meu futuro amor!
Não tenha medo...
Pegue meu dedo...
E desfilemos pelo Recife em torpor...

Ó meu pedaço...
A cada passo...
Eu te embaraço...
E teu ouvido, já cansado...

Um passo atrás e caímos no cio
E três à frente, num enlatado...

Tenha coragem, meu futuro amor!
Por seu ouvido...
E sua libido...
E teu amor será aprisionado...

Em meu nobre corpo, se assim permitires...
Peço pra não resistires...
Pois teu medo é como um imbecil satanás...
Que só satisfaz...

Aquela que, do medo, quer se alimentar
E se guiar...
Pelo neutro derivado de teus traumas
Mas nossas almas...

Esperam se entrelaçar...
Até tua alma virar...
A maior de minhas taras

De teus escudos
Farei vasos de flores
De teus medos
Farei vazão de amores

Pescoço de algodão-doce.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Luto Gumístico: Mercedes Sosa.

Lembro bem da época em que meu pai me acordava, aos Sábados e Domingos, ao som de Chico, Caetano, Gil, entre outros. Essa foi uma rotina durante a minha infância e começo de adolescência. Fui, com o tempo, chegando cada vez mais tarde en casa nos finais de semana, e depois, com a mudança para uma casa maior, essa gostosa rotina foi sendo minada e virou algo esporádico. Chico era o meu predileto, Caetano o que eu menos gostava, mas uma voz sempre me chamava a atenção, a de uma mulher que parecia carregar em seu canto a tristeza de todas as mulheres do mundo, Mercedes Sosa.

Mercedes se foi. Meu sonho de vê-la cantando ao vivo, também.

Não vou falar mais. Eis as minhas música predileta em sua voz:

Volver A Los 17

Composição: Violeta Parra



Volver a los diecisiete después de vivir un siglo
Es como descifrar signos sin ser sabio competente,
Volver a ser de repente tan frágil como un segundo
Volver a sentir profundo como un niño frente a dios
Eso es lo que siento yo en este instante fecundo.

Se va enredando, enredando
Como en el muro la hiedra
Y va brotando, brotando
Como el musguito en la piedra
Como el musguito en la piedra, ay si, si, si.

Mi paso retrocedido cuando el de usted es avance
El arca de las alianzas ha penetrado en mi nido
Con todo su colorido se ha paseado por mis venas
Y hasta la dura cadena con que nos ata el destino
Es como un diamante fino que alumbra mi alma serena.

Se va enredando, enredando
Como en el muro la hiedra
Y va brotando, brotando
Como el musguito en la piedra
Como el musguito en la piedra, ay si, si, si.

Lo que puede el sentimiento no lo ha podido el saber
Ni el más claro proceder, ni el más ancho pensamiento
Todo lo cambia al momento cual mago condescendiente
Nos aleja dulcemente de rencores y violencias
Solo el amor con su ciencia nos vuelve tan inocentes.

Se va enredando, enredando
Como en el muro la hiedra
Y va brotando, brotando
Como el musguito en la piedra
Como el musguito en la piedra, ay si, si, si.

El amor es torbellino de pureza original
Hasta el feroz animal susurra su dulce trino
Detiene a los peregrinos, libera a los prisioneros,
El amor con sus esmeros al viejo lo vuelve niño
Y al malo sólo el cariño lo vuelve puro y sincero.

Se va enredando, enredando
Como en el muro la hiedra
Y va brotando, brotando
Como el musguito en la piedra
Como el musguito en la piedra, ay si, si, si.

De par en par la ventana se abrió como por encanto
Entró el amor con su manto como una tibia mañana
Al son de su bella diana hizo brotar el jazmín
Volando cual serafín al cielo le puso aretes
Mis años en diecisiete los convirtió el querubín.

Gracias A La Vida

Composição: Violeta Parra


Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me dio dos luceros que cuando los abro
Perfecto distingo lo negro del blanco
Y en el alto cielo su fondo estrellado
Y en las multitudes el hombre que yo amo

Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me ha dado el oído que en todo su ancho
Graba noche y día grillos y canarios
Martirios, turbinas, ladridos, chubascos
Y la voz tan tierna de mi bien amado

Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me ha dado el sonido y el abecedario
Con él, las palabras que pienso y declaro
Madre, amigo, hermano
Y luz alumbrando la ruta del alma del que estoy amando

Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me ha dado la marcha de mis pies cansados
Con ellos anduve ciudades y charcos
Playas y desiertos, montañas y llanos
Y la casa tuya, tu calle y tu patio

Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me dio el corazón que agita su marco
Cuando miro el fruto del cerebro humano
Cuando miro el bueno tan lejos del malo
Cuando miro el fondo de tus ojos claros

Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me ha dado la risa y me ha dado el llanto
Así yo distingo dicha de quebranto
Los dos materiales que forman mi canto
Y el canto de ustedes que es el mismo canto
Y el canto de todos que es mi propio canto

Gracias a la vida, gracias a la vida


Adiós, Mercedita!

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Ápice (Reggae Roots-Roots)

Vou te deixar
Melada de vida
Vou te molhar
Inteira de vida

Vou hidratar
Tua pele
E Cabelos

E teus lábios
Vou molhar

Vou te amar
Molhada de vida
Vou te rodar
Amada de vida

Vou te mostrar
Vulva e verve
Pêlos e apelos

E teus ádrios
Vou molhar

Inteiros de vida.

Culpa.

Para Syd & Zadi.

Saudade?
Sal!
Idade?
Desconhecida!
Percurso?
Imprevisível!
Discurso?
Alienante!
Adiante?
Sempre!
Sempre?
Lembra!
Lembra?
Esquece!
Entristece?
Acontece!
Amadurece?
Tenta!
Acalenta?
Lenta!
Mente?
Constantemente!
Ente?
Desconhecido!
Identidade?
Saudade!

O que eu sinto é saudade.

Economia.

- Ela economiza até no sorriso...

- Ela é judia, olha o nariz dela!

U-Top-Top-Top-Cús

Depois que a língua se afia
A ação torna-se necessária
Você é como uma utopia
Bonitinha, mas ordinária

Utópicos meus tópicos?
Descanse, para que eu te canse.
Meu mote pode te levar à morte.

A ação não comunica a ação.

Isso me lembra... Esquece!

Caranguejos de Dentro

Ô Urubu nunca vi
Tamanha desgraça
Quanto mais miséria tem
Mais Tucano ameaça

E caranguejos azuis
Não são cogumelos
E caranguejos azuis
Não são cogumelos

Caranguejos de fora
Não se perturbam
Pois aqui eles
São apenas turistas

Caranguejos de fora
Mal se misturam
Ao “Made In Recife”
Extrativistas

Caranguejo de dentro sofre!
Caranguejo de dentro sofre!

Pois caranguejos azuis
Não são cogumelos
Pois caranguejos azuis
Não são cogumelos

Caranguejos de fora
Não se acabam
E se acabarem será
Por um mero acidente

Caranguejos de fora
Não se acalmam
Sem antes tomar
Uma boa aguardente

Caranguejo de dentro sofre!
Caranguejo de dentro sofre!

Pois caranguejo azul
Só por interesse visita
Pois caranguejo azul
Se disfarça de comunista
Pra que caranguejo de dentro sofra!
Pra que caranguejo de dentro sofra!

Ô Urubu nunca vi
Tamanha desgraça
Quanto mais miséria tem
Mais Tucano ameaça

E caranguejos azuis
Não são cogumelos
E caranguejos azuis
Não são cogumelos

Caranguejos de dentro
Ainda se iludem
Em sair do mangue
Procurando dinheiro

Caranguejos de dentro
Por mais que se mudem
Não duram mais
Do que um ano inteiro

Caranguejo de dentro sofre!
Caranguejo de dentro sofre!

Caranguejos de dentro
Não vislumbram
Algo que cure as suas mágoas

Caranguejos de dentro
Não espumam
E se espumam é por estarem com raiva

Dos caranguejos azuis
Que não são cogumelos
Dos caranguejos azuis
Que não são cogumelos

Azuis
Das cagadas dos belos zebus!

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Calor e Menstruação

O calor tem imperado por esses dias. Quanto mais calor, menos roupa. Quanto menos roupa, mais atrativos. Quanto mais atrativos, menos pudor.

O trabalho de um ser para resistir ao outro suado e quase nu, faz, geralmente, o calor aumentar ainda mais. Banhos frios são utilizados na maioria dos casos.

Ceder triplica o tal calor e, quando o ato é bem feito, a cura vem em algumas horas... em certos casos, minutos.

O fato é que, depois de dias e noites muito quentes, o que mais se espera é que a chuva e a menstruação venham logo.

Última Página

A última página é sempre a mais difícil e inevitável... é quase uma lágrima.
Talvez tenha até já sido escrita. Talvez, não, com toda a certeza.
Pois até a primeira pode ter sido a última.

Fozzy

Fozzy era a minha putinha de estimação...
Se eu brigava com papai... ia e trepava com Fozzy
Se eu brigava com mamãe... ia e trepava com Fozzy
Se eu brigava com minha mulher... nossa reconciliação era na base da trepada.

Mas depois eu sempre ia atrás de Fozzy.

Porém, nessas horas, Fozzy me rejeitava...
Via as marcas de unhas em minhas costas...
Percebia os sinais de uma trepada reconciliadora...
E tinha inveja por eu não a permitir me arranhar, beijar, amar.

As unhas de Fozzy eram afiadas demais.
Os beijos de Fozzy eram melados demais.
O amor de Fozzy... O amor de Fozzy era foda demais.

Mas Fozzy, um dia, me propôs uma viagem...
Irmos, nós dois, à Espanha para lá morarmos...
Eu rejeitei a proposta, por causa de minha esposa.

Semanas depois, o corpo de Fozzy foi encontrado...
Sem vida, em Tenerife.

Exatamente no mesmo dia em que minha mulher me deixou.

...

"Tá tudo bem?"

Após essa pergunta, eu nunca contei de um a dez tão rápidamente.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Hã!?

Antigamente o que era ruim, era trash.
Hoje em dia o que é trash, é mara.
Hoje em dia o que é ruim é ozzy.

Só que Ozzy é mara!
E Mara é ozzy!

...


Mas que Mara, mas que Mara, Mas que Mara Maravilha ê!

Egito, Egito, ê!

Faraó... Faraó!

...


Maldita pseudo-intelectualidade.

Sobre "SOBRE A ANTOLOGIA CEM POETAS SEM LIVROS"

Li a análise do escritor, ensaísta e mestrando em linguística, André Cervinskis, sobre a antologia CEM POETAS SEM LIVROS. Esse é o principal motivo de eu estar escrevendo aqui, agora.

Podem até achar que estou reclamando uma melhor análise por parte dele quanto aos poemas lá apresentados, ou mesmo que estou escrevendo por sentir meu ego ferido pelo comentário feito ao meu poema: “Há autores também que escrevem versos como se estivessem na escola primária; poemas sem lirismo, repletos de clichês: Sou frágil, mas sou azul como Carlos Pena Filho;/ Sou frágil, mas inesquecível como o velho Capiba;/ sou frágil, mas sou forte como Che ou Sandino;/ sou frágil, mas pernambucano como Chico em sua vida. (Sono, Guma)”. Mas não é bem isso. Venho dar os parabéns às análises de André, e digo mais, acho até que ele foi legal conosco. Acho até que ele foi legal comigo.

E que direito ele tem de julgar esse ou aquele poema? Essa pergunta pode surgir nos pensamentos de alguns. Eu respodo do alto da minha imbecilidade laconica e feia: Toda, afinal, ele é leitor.

Mas existe uma problemática e um risco que se corre ao se análisar um poema. A problemática é alcançar com precisão a intenção do poeta, saber o que ele queria dizer, e o risco é o óbvio, é se falar baboseiras, analisar de maneira equivocada um bom poema e fazer com que o poeta se sinta abatido e desestimulado. Evidentemente, não é o meu caso. Não sou poeta, sequer sou artista. Eu sou Guma.

A maioria dos críticos de arte, por sinal, são pretensos artistas que, com a explícita falta de talento, passam a julgar as obras dos outros, talvez como uma forma de vingança. Não quero, com isso, dizer que André Cervinskis é um artista sem talento. Não conheço bem as obras dele e, portanto, não posso afirmar muita coisa. Digo até que o pouco que li, escrito por ele, foi válido.

O que posso dizer em relação às críticas feitas ao meu poema, é que são completamente acertadas. Apesar de ter trabalhado com alunos do primário e nunca ter visto alguém escrever versos como os do meu poema em questão, confesso tê-lo feito em 2001, eu não estava no primário, mas era um recém-secudarista, saído iluminado de uma conversa com Geninha da Rosa Borges. Confesso também pouco me importar com o lirismo tão procurado por alguns poetas e pseudo-poetas. Na verdade, eu quero é que o lirismo se foda. Quanto aos clichês, não vejo um só poeta que esteja hoje na cena pernambucana que não seja arauto do ser supremo. Repito, não há um sequer.

Quanto aos bons nomes do livro... Sabemos que não há nada de novo. Isso não quer dizer que não há nada de bom, apenas não há nada de novo. De novo.

Um bom colega me deu um conselho, caso fosse o caso de responder, eu usasse os próprios versos escritos como se estivesse no primário:

Mas deixo a minha mente
Hermeticamente
Aberta
Porém coberta

De uma forma que ninguém possa ver
Mas que todos possam sentir
Como uma piada que ninguém quer entender
Mas da qual todos quem rir

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Clô e a Humanidade

Como coloquei a figura de Clodovil de uma forma um pouco vulgar no último post, decidi compensar postando um texto que fiz na época da morte do próprio:


Confesso, pensei em dividir minha ignorância com vocês, ilustres visitantes, novamente na época (não tão distante) do aborto e excomungação da menina de nove anos abusada sexualmente pelo padrasto... preferi não. Meninas são estupradas todos os dias, mães que abortam depois de serem violentadas são excomungadas todos os dias, e os que abusam sexualmente de crianças continuam não são excomungados, todos os dias (se fossem, talvez os padres fossem uma "espécie" em extinção). Mas Clodovil Hernandes se foi, e a sua fortuna irá, não para a Igreja, para meninas que possivelmente poderão escapar das estatísticas dos abusos familiares (e eclesiásticos). Em suma, Clô não morre todo dia!

Creio que comecei a escrever pelo meio, o tema do texto aqui redigido é Clodovil Hernandes, um homem com talento, coragem e inteligencia. Nunca foi telantoso como um Saint Laurent, corajoso como Zumbi ou o rapaz da Praça da Paz Celestial, muito menos inteligente como Platão, mas era ele, era autêntico. Era arrogante, mas com classe, sabia falar das coisas incomodando os que deviam ser incomodados. Era uma "bicha louca", mas sua loucura era recheada de conteúdo e intenções transgressoras, até certo ponto, subversivas, bem mais do que esses pseudo-marxistas que nos cercam de discursos batidos e com aquela coreografia braçal que todos nós conhecemos.

Clodovil era revolução e tradição em sua vida. Deu humor à moda, foi pioneiro com seu estilo de apresentar programas televisivos, fugia do óbvio sem perder a coerência... nem sempre agradava a todos! Pra falar a verdade, não agradava quase ninguém, era estereotipado pela maioria como um "gay que falava demais". Mas ele era mais, era um grande provocador, mas quando foi provocado, não soube manter a compostura, foi afastado da maioria das emissoras onde trabalhou pelo seu temperamento forte e sua incapacidade de segurar as palavras mais ferinas.

Depois de um tempo decidiu seguir a carreira política, quase como uma brincadeira, a última das suas provocações, dessa vez na da casa menos respeitada do Brasil, a Câmara dos Deputados. Mas seu mandato foi interrompido de forma abrupta e, pelo menos para mim, inesperada.

Com a sua morte, surgirá a Fundação Izabela (nome de sua mãe adotiva) que patrocinará as Casas Clô que seriam cor-de-rosa (óbviamente) e cuidariam de meninas órfãs. Lá, elas receberiam todo tipo de educação, desde aprender a pregar botão até se preparar para um concurso universitário. Isso tudo foi idealizado desde 2007 por Clodovil e registrado em seu testamento.

Que a Igreja siga o exemplo de Clô, e, ao invés de condenar (sexual e canônicamente), tente salvar a vida das crianças brasileiras.

Vai em paz, Clô... no paraíso não tem DST!

Pedido de Mulher

I

Porra, mulher!!! Que merda! Tudo o que eu faço te deixa infeliz, nada te satisfaz, absolutamente nada! Qual é o teu problema? Que mal há em sair com os amigos pra bater uma peladinha? Qual é o problema de eu beber com um monte de macho? Qual é o problema em sair para conversar sobre assuntos de macho? Pior, você mesma diz que nós temos sérios problemas por causa do meu estresse, diz que eu tenho que arrumar uma válvula de escape, relaxar, tirar a tensão que me trabalho provoca e coisa e tal. Basta eu sair, chegar tranquilo, com os bons fluidos da rua e você vem assim, quase me engolindo. Só falta querer cancelar o casamento! Nêga doida do caralho!!!

II

Puta que o pariu!!! É o que? Que tpm do caralho é essa? Como assim acabou tudo? Por um acaso eu tô voltando de um puteiro? Nem nessa vibe eu to mais, inclusive. Você bem sabe que as únicas mulheres que tenho comido além de você são as suas amiguinhas em nossas festinhas, e eu as como junto com você. Ah, já sei, você ta apaixonada por uma delas, eu devia suspeitar, anos e anos colando no alec-fú, um dia eu sabia que você voltaria pra essa vida de vez. Pois vá pra porra!!!

III

Rapariiiiga!!! Na verdade eu sei exatamente o que você ta pretendendo. Digo logo: te fode! Você ta usando essa situação pra conseguir algo que você quer há algum tempo. Deve custar muito dinheiro, por sinal. Vai, diz o que porra que tu quer pra morgar com essa história maluca de cancelar o casamento! É sempre assim, vocês, loucas, nós, reféns. Diz logo, infeliz das costa ôca!

IV

...

V

Puta, meu lôro! Deu o carai! Tinha coisa mais difícil pra pedir não, Chuchu? To vendo que o gardenal, o rivotril e o resto das coisas que tu toma pra controlar tua doidice fizeram o efeito contrário. Mas o que te leva a crer que eu vou atender a esse teu capricho? Na boa, eu até tentaria se não fosse alguma obra da lombra eterna que te rege. Recado dado? Soca no rabo!

VI

...

VII

Porra, meu amor, Clodovil morreu, caralho!!! Viaje errado não! Como é que eu vou conseguir uma merda de um vestido feito por ele que ninguém tinha usado? Ah, vá se fuder!!!

VIII

Puta que o pariu!!! Não acredito no que vou dizer... Ok ok, eu aceito! Dou meu jeito e o caralho, mas você tem que entender que essas coias não se arrumam da noite pro dia, e isso pode até adiar nosso casamento... eu porra, não chora, caceta! Tu pelo menos conhece alguém que pode me ajudar? Hã? Pai Totinha? Você quer que eu vá na macumba? Tu sabe que eu me cago de medo dessas paradas!!! Vou não, porra! Morgou o papo, caralho!!!

IX

...

X

Tu é fodinha, heim!? Diz o endereço desse frango veio pra ver se eu consigo alguma coisa. Tenho medo! Quando você estiver grávida... “quero um pão francês feito hoje, na França, com um pouquinho de queijo tirado da lua!” vai ser disso pra cima, vou lá, doida dos caralhos!!!

XI

Pela cara de fresco, deve ser tu mesmo... vou direto ao assunto! Tu tem que procurar e baixar Clodovil nesse depósito de esperma que tu chama de corpo. O resto eu resolvo com ele! E aí, rola ou não rola? Cinco mil? Caralho além de frango, macumbeiro, tu também é ladrão é? Aceita Visa?

XII

Féla da puta! Que demora do carai!!! É tu mesmo? Sim... digo logo, nem de velho nem de fresco, nem de político e nem de morto eu gosto. Tu é tudinho junto, então se ligue! E aí? Tem como desenhar um vestidinho pra minha noiva usar, não? Tu quer o que? Ufa!!! Eu tinha trazido um pote de KY pra facilitar a minha vida, mas vocês são uma resenha... agora, haja cu pra enfiar tanta vela, vu! Putaqueo...


FIM?

Confissão...

Eu te acho tão linda que, às vezes, prefiro bem longe ficar. Para eu não me deparar com teus defeitos, ou não me viciar com os teus trejeitos. Só para que você continue a ser a minha santinha de altar a quem sempre remeto os meus pensamentos, em certos momentos, em que o mundo parecer não ter mais sentido, e tudo estiver perdido.

E irás então aparecer, me deixando mudo.

Calada.

Mas dizendo tudo.

Alvi-Bolero



Se tua pele tiver
Cor igual a da tua alma
Precisarei de muita calma

Pois, alva
Vou me desfazer

Se teu sorriso tiver
O brilho do teu caráter
Serás, então, célula-máter

Pois, alva
Não vou me conter

Pois mesmo minha pele
Não sendo tão branca
E nem meu sorriso
Sendo do tipo Colgate

Suponho ter um quilate
Que merece você

Se tua pele tiver
Cor igual a da tua alma
Precisarei de muita calma

Pois, alva
Vou me desfazer

Se teu sorriso tiver
O brilho do teu caráter
Serás, então, célula-máter

Pois, alva
Não vou me conter

Pois este bolero
Não diz que te quero
E nem deixa dúvidas
Desse meu querer

Pois quando sorrires
Pela íris, Tamires
Eu tenho a certeza
Que vou enlouquecer

E quando pedires...
Intervires...
Explodires...
Tamires...

Procurarei te entender!

Escrava Branca

Ê, branca

Quando a saudade bater
E meu corpo chamar você
Seja minha escrava
E não deixe meu corpo fugir

Ê, branca

Eu confesso não saber
O que me atrai em você
Minha livre escrava
Apenas escrevo deixando fluir

Apenas escrevo, escrava
Como um escravo, escrevo
Você não gostar: o meu maior medo

Apenas escrevo, escrava
Como um escravo, escrevo
Até você virar o meu amor-enredo

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

11 de Setembro

Há 8 anos, lembro bem, eu estava gaziando aula, jogando manager. Entrei em frenesi ao ver aqueles aviões penetrando aquelas torres, parecia um título de Copa do Mundo, para mim, que odiava os estadunidenses.

Hoje, um avião penetrou meu corpo metafísico, fez de mim uma torre em chamas e, logo após, me fez desabar.

Mas não tenho pena nem de mim, muito menos dos estadunidenses. Afinal, se Obama surgiu por lá, alguém pode surgir por aqui.

Que não demore 8 anos, por favor!

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Revogue

Não vá simbora, morena
Pois nem minha morte é pena
Tão cruel para mim

Não vá simbora, morena
Pois é você, minha pequena
Meio meio e meu fim

Não vá simbora
Pois você chegou quase agora
Pra alegrar minha existência

Não vá simbora
Revogue essa lei que vigora
Nesse mundo sem essência

Pois quando o meu corpo
Teu corpo toca
No mundo, a maldade
Toda se intoca

Pois quando minh’alma
Encontra a tua
A Lua também quer
Ficar toda nua

Pra participar
Desse lindo amor

Pois quando o meu corpo
Teu corpo toca
Pois quando o meu corpo
Teu corpo toca

Pois quando o meu corpo
Teu corpo toca...

Por Te Amar

Odeio você
Por querer, por outro, morrer
E, por outro, desaparecer

Me deixando
Tão só

Odeio você
Por não querer abrir os olhos
E pelos teus “até logos”

Que na verdade
Eram adeus

Te odeio pelos meus
Te odeio pelos seus

Odeio você
Por não crêr ser possível
E por ser tão irredutivel

Quando a resposta
Era “não”

Odeio você
Por ter me deixado louco
E por me odiar tão pouco

Quando te queria
Feroz

Te odeio por mim
Te odeio por nós

Odeio você
Por juntos não termos
Entrado no mar

Odeio você
Mas só te odeio
Por te amar

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Por acaso e por insistência...

A conheci por acaso. A conheci por insistência. Um rosto em minha tela, belo, com um sorriso que me conquistaria, mas que me deixaria inseguro, de tão belo que era, de tão fascinante que seria.

O contato indireto, que nunca foi do meu feitio, foi a solução. Eis que descubro que ela tambéms queria me conhecer, que ela também queria saber quem eu sou, que o interesse era recíproco.

O medo trasformou-se em esperança e, logo após, em frustração. Era revelado a mim, por ela mesma, que existia alguém. Este balde de água fria foi seguido pela chama da esperança quando, em pouco tempo depois, eu soube que a pretensa relação teria acabado.

A partir daí, foram horas e horas de telefonemas, de algumas demonstrações públicas de afeto e de várias particulares, 6 horas sem se falar eram uma eternidade. Algo cresceu muito e muito rápido.

Pois é, tudo estava muito bom para ser verdade. Primeiro o cipume dos dois lados, depois os desencontros e conscidências infelizes, e enfim, nossos erros, nossos defeitos estimulando nossos comportamentos, acusações de ambos os lados. Veio o primeiro adeus.

Chorei e sei que ela também chorou. Sofremos juntos, porém separados. A personalidade de cada um nos levou a caminhos diferentes. Ela, a se envolver com outra pessoa. Eu, a esperar as coisas esfriarem e torcer para o amadurecimento de ambos os lados.

O inevitável aconteceu. A reaproximação com um tom saudosista, como se tivéssemos voltado ao tempo das flores, com as perguntas mais romanticamente capciosas possíveis de ambos os lados e a consciência de que nos amávamos, cada um do seu jeito, cada vez mais clara para ambos.

Alogo, porém, era diferente de antes, havia um terceiro, que sequer encarei como um adversário, que sequer tratei como um. Infelizmente, a hombridade e o caráter não trazem benefícios imediatos, a curto prazo. A ausência de ambos, sim. O benefício de se jogar sujo pode durar anos, décadas, quem sabe, ser algo irrevogável. Covardes, sim, mas se dão bem. É uma pena que prefiro a contra-mão deste tipo de comportamento, como diria Gandhi, as vitórias da verdade nunca foram obtidas sem riscos. Como sou um bom filho dele, assim segui.

O segundo e definitivo adeus foi dado. Talvez por mentiras de terceiros plantadas, ou por objetivos escusos alcançados... Eu não posso reclamar de nada! Na verdade, não podemos, nem eu, nem ela. Pois assim como nos conhecemos, perdemos, um ao outro.

Nos perdemos por acaso. Nos perdemos por insistência.