domingo, 31 de janeiro de 2010

[III] Ritual Xamânico: Cântico Ao Fogo


(Bragi)

Invoco tua luz
Teus olhos
Tua pupila, fogo!

Invoco tuas manhãs
Tuas manhas
Teu calor, fogo!

Invoco o teu silêncio em brasa
Invoco, em chamas, a tua fome
Invoco o teu nome!

Invoco o que arde
E o que acalenta
Invoco o que parte
E o que emenda

Invoco o que você consome
O que, ao te conhecer, some!

Invoco tuas roupas
Os teus continentes
Os teus conteúdos
Invoco teus estudos

Invoco-te, fogo!
Invoco-te, fogo!
Invoco-te por tudo
Invoco-te para tudo

Invoco-te sobretudo
Para que tagareles meu mundo


Mudo.

Samba Pra Orixá



Eu queria saber fazer
Um samba pro meu orixá
Eu queria fazer samba
Pra orixá sambar

Um samba pra Exú
Pra ele inaugurar
Um samba pra Xangô
Samba pra orixá sambar

Um samba pra Oxum
Samba pra Oxalá
Um samba pra Iansã
Samba pra orixá sambar

Eu queria saber fazer
Um samba pro meu orixá
Eu queria fazer samba
Pra orixá sambar

Um samba pra Ogum
Samba pra alegrar
Um samba pra Omulu
Samba pra orixá sambar

Um samba pra Oxoce
Samba pra Yemanjá
Um samba com alma
Para Exú fechar

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

O Retorno!



No ano de 2006, após a Copa do Mundo da Alemanha, decidi começar a externar na grande rede minhas opiniões em relação aos esportes acerca dos quais não me considerava tão ignorante assim. Nasceu então o “Blog do Guma”, onde escrevi sobre esportes como o automobilismo, tênis e, principalmente, o futebol.

O fato de ter sido um ano de Copa do Mundo com toda a certeza ajudou a predominância futebolística nas temáticas deste blog, porém, a minha paixão pelo esporte e a pretensão de que tenho pontos de vista um pouco mais abrangentes do que a média dos comentaristas brasileiros me fizeram, com o tempo, monopolizar a temática de meus textos. O futebol tornou-se o único assunto e a semente do “Bola Pensante” começou a germinar.

Foram dois anos e meio desde o primeiro artigo até a formulação do BP, nesse tempo, alguns artigos foram publicados em sites especializados, tive a chance de conhecer o futebol de uma forma mais próxima e efetiva, além de ocorrer um amadurecimento enquanto jornalista (sem diploma, lei é lei!) de minha parte.

O início do “Bola pensante” foi marcado pela publicação de alguns textos antigos, intercalados com escritos novos. Infelizmente, fatos lamentáveis ocorreram em minha vida e escrever sobre futebol tornou-se cada vez mais raro até que no dia 13 de maio de 2009 escrevi aquela que seria minha última colaboração ao arquivo BP.

Chegamos a 2010, um ano de Copa do Mundo, o maior evento da terra. Creio que isso seja um bom motivo para voltar a escrever sobre o esporte mais popular do mundo, e é isso que vai acontecer a partir de agora.

Pelas duas mulheres da minha vida, por mim e por você, leitor, que merece ler o melhor que o jornalismo esportivo tem a oferecer em matéria de opinião.

É isso aí... A modéstia desceu pelo ralo.

O Bola Pensante está de volta!!!

È Detto!!!

2010 e o Circo


Fazia um bom tempo desde a última vez em que me empolguei tanto antes do início de uma temporada de Fórmula 1. O ano de 2010 promete muita emoção no desenrolar da disputa, afinal, pelo menos três equipes deverão lutar pelos títulos de pilotos e de construtores.

Pelo menos seis pilotos lutando pelo título. Esse panorama torna-se plausível quando fizermos frias análises na Ferrari, McLaren e Mercedes e em suas perspectivas para a temporada que está por vir.

A Ferrari vem com uma sede de reconquistar o seu espaço de destaque quando o assunto são os resultados. Depois de um 2008 frustrante pela perda do título de pilotos (não na última curva, como ainda dizem alguns) numa sequencia de erros para com o brasileiro Felipe Massa, além de um 2009 para se apagar da memória, com um carro ruim, sem a competitividade apresentada em temporadas anteriores, a Ferrari quer vencer tudo nesta temporada.

A contratação do espanhol Fernando Alonso trouxe a certeza de uma competitividade acirradíssma dentro da equipe. Ele e Massa deverão lutar ponto a ponto pela hegemonia interna e pela preferência da scuderia para as últimas corridas do ano, caso a possibilidade de título exista.

O brasileiro poderia ter uma preferência por parte da equipe, principalmente pelo fato de estar a mais tempo nela e pela Ferrari dever a ele o título mundial que ela mesma tirou com seus erros em 2008. Só que quando o outro piloto é alguém do porte do espanhol, tudo muda. Principalmente pela falta de ritmo de corrida por parte do brasileiro após o grave acidente na temporada passada.

O caso é que não há prognósticos em relação à disputa interna, a única certeza é a de que, possuindo um equipamento competitivo, os dois brigarão até as últimas corridas pelo título. A Ferrari tem, na minha opinião, a melhor dupla de pilotos da atualidade.

A McLaren, assim como a Ferrari, teve um 2009 digno de esquecimento. Nem as vitórias de Lewis Hamilton em corridas esporádicas e a evolução demonstrada pelo equipamento no fim da temporada salvaram o ano da equipe. Para tentar mudar isso, 2010 começará com os dois últimos campeões mundiais sentados nos cockpits da equipe inglesa.

Se me perguntassem se a contratação de Jenson Button, com o status de campeão mundial, poria fim na hegemonia, enquanto primeiro piloto da equipe, de Hamilton, eu diria que não. É óbvio que Button não foi contratado para ser segundo piloto, mas, seu talento não é, sob a minha ótica, suficiente para enfrentar o campeão mundial de 2008. Button é um ótimo piloto, mas teve muita sorte em ter um carro extraordinário e um companheiro como Rubens Barrichello, inconstante e pouco ameaçador. Seu título foi merecido, mas seu talento possui limites.

É bem verdade que Button é uma sombra bem mais ameaçadora do que o antigo companheiro de Hamilton, Heikki Kovalainen. Sem dúvida isso obrigará uma aplicação como a dos tempos em que Fernando Alonso era o seu “companheiro” na equipe. É óbvio que pode acontecer um crescimento no rendimento do atual campeão e ele demonstrar que pode se impor diante de Hamilton, provando ser, realmente, um piloto de alto nível.

A McLaren tem a segunda melhor dupla de pilotos, mas, possui o melhor de todos na atualidade: um Lewis Hamilton muito mais experiente e constante.

Enquanto a McLaren vem à disputa como se fora uma esquadra inglesa, a Mercedes surge 100% alemã numa temporada que começara a tendo como estreante e, ao mesmo tempo, atual campeã. Passado e futuro do automobilismo da Alemanha ocuparão os cockpits da equipe. Não há dúvidas de que Michael Schumacher e Nico Rosberg irão representar a pátria alemã num nível de competição altíssimo.

Duas dúvidas, porém, pairam sobre as cabeças dos que, assim como eu, refletem acerca dessa dupla. A primeira é referente ao Heptacampeão mundial: Será que ele continua o mesmo e suportará o desgaste físico que pilotar um carro de Fórmula 1 provoca? A segunda é sobre a jovem promessa alemã: Será que ele é bom mesmo ao ponto de ser a escolha da Mercedes para herdar o trono que antes era de Schumacher? E se for, conseguirá suportar a pressão de competir internamente com o piloto com os melhores resultados da história?

Ross Brawn é, sem dúvida, o melhor chefe de equipe da atualidade e talvez venha a ser, assim como no ano passado, um dos diferenciais nesta temporada em favor de sua equipe.

Mais alguém pode entrar na disputa pelo título? Acho difícil! A Red Bull caso consiga repetir o bom desenvolvimento do carro do ano passado poderá ser uma grata surpresa utilizando-se do grande talento de Sebastian Vettel, que amadurece a cada temporada e vem com o status de atual vice-campeão mundial.

A Willams, com o brasileiro Rubens Barrichello como o principal piloto terá que conseguir um milagre do porte da Brawn-GP, em 2009, para pensar em título. A Renault, após os escândalos envolvendo os Piquet e Flavio Briatore, não tem mais a mesma força e pode estar fazendo a sua última temporada na categoria.

Já as demais equipes serão meras coadjuvantes e, talvez, consigam alguns resultados que serão inesperados no decorrer da temporada. As estréias de Bruno Senna e Lucas di Grassi devem ser acompanhadas com atenção. Tratam-se de excelentes pilotos, jovens e talentosos. Basta saber se conseguirão adaptar-se à categoria e fazer sucesso no circo da Fórmula 1.

Se eu pudesse apostar num campeão para esta temporada, guardaria meu dinheiro e usaria para coisas um pouco menos imprevisíveis... 2010 não será um ano fácil de se antever quando o assunto for o campeonato mundial de pilotos.

E que comece logo!

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Bolero do Nascimento


Você não deveria ter nascido
Para presenciar toda essa maldade
Que aflige nossa pobre humanidade
Carente de mentes e ideais desenvolvidos

Você não deveria ter nascido
Para ouvir comentários de pessoas
Que não possuem almas tão boas
Ou mesmo ser alvo de adjetivos indevidos

Você deveria ter nascido só para ganhar
Sete mares de flores; O mais belo luar

E os sentimentos mais puros,
Singelos...
E amores sinceros

Como este que quero te dar.

Teu Corpo... (e) Meu Caderno



Assim como, neste caderno, escrevo
Em tua pele, manuscritos ensaio
Como cada poema, não sei o destino
Desconheço o efeito que será causado

Desconheço se tua pele irá arrepiar-se
Ao ler meus ensaios estéticos
Desconheço se teu ouvido ira render-se
Ao ouvir meus suspiros poéticos

Desconheço se será bom
Desconheço se será
Desconheço o que já é

Em teu corpo
E neste caderno.

domingo, 24 de janeiro de 2010

[II] Confabulações Subversivas de Último Grau



(Igarb) Aproxime-se!

(Bragi) Como não?

(Igarb) Como então?

(Bragi) Subestime-se!

(Igarb) Pois então!

(Bragi) Como se...?

(Igarb) Esteja em si!

(Bragi) Sou um leão!

(Igarb) Como faremos para invocar a deusa-rainha?

(Bragi) Talvez a atraindo à sua e à minha...

(Ambos) Eterna paixão!

(Bragi) Seria talvez a política?

(Igarb) Acho que não, talvez seja o futebol!

(Bragi) Ou quem sabe a velha cachaça?

(Ambos) Na encruzilhada!

(Igarb) Será La Bohêmie um Exú?

(Bragi) Estará La Bohêmie em tu?

(Igarb) Qual Pombagira conhece essa deusa?

(Bragi) Que ser me conjura tamanha proeza?

(Igarb) Que a febre pagã...

(Bragi) Incendeie o divã...

(Igarb) Médio tutissimus ibis...

(Ambos) Que vá se foder!

(Bragi) Mas será que ela quer ser acordada?

(Igarb) Será que a busca não levará a nada?

(Bragi) Uno Avulso non déficit alter...

(Ambos) Aconteça o que acontecer!

(Igarb) Pela Caixa de Pandora!

(Bragi) Pelo os dedos de Midas!

(Ambos) Pelas cinzas da Fênix!

(Igarb) Por Odin!

(Bragi) Por Júpiter!

(Igarb) Por Zeus!

(Bragi) Por Olorum

(Igarb) Por Baldur!

(Bragi) Por Apolo!

(Igarb) Por Afrodite!

(Bragi) Por Oxum!

(Ambos) Pelo mundo que confunde ataque cardíaco com orgasmo!!!

...

(Igarb) Terá sido La Bohêmie sequestrada?


(Bragi) Quererá ela ser resgatada, caso tenha sido?

(Igarb) Nunca se sabe...

(Bragi) Nunca se saberá?

(Igarb) Não se sabe se um dia se saberá!

(Bragi) Se nossa busca é egoísta, ela é igualmente válida. Somos cada um, Universo.

(Igarb) O que fazer para trazê-la?

(Bragi) Façamos.
...

(Igarb) Façamos o que há muito devia ser feito

(Bragi) Esquecer a idéia de um mundo perfeito

(Ambos) Sejamos Xamãs de nosso próprio terreiro!

O Haiti é Logo Ali!



Eu realmente não queria escrever sobre o Haiti, afinal, ao contrário do que diz Caetano, ele não é tão aqui assim. Mas não é por não ser aqui que fico com receio de escrever, mas sim, por estar sendo notícia a todo momento nos jornais por conta da terremoto que abalou a sua capital, e também pelo fato de que, ao falar desta recente tragédia, eu só vou poder chegar a duas conclusões extremamente polêmicas:

1- Deus não existe (ou é um tremendo filho da puta)

2- O Haiti foi a Hiroshima/Nagazaki do novo milênio.

Vamos partir para a primeira perspectiva: se Deus, como um ser justo e benevolente, escolhe um retalho de país, destruído pela sua história política interna (para se ter uma idéia, no século passado, nada menos do que vinte governantes foram depostos ou assassinados), por embargos econômicos, pelo analfabetismo e pela pobreza para receber um abalo sísmico daquela proporção, a injustiça (ou filhadaputisse, para os mais entendidos) faz parte da sua personalidade original.

Há a hipótese de que Ele não existe, de que Ele é uma tentativa de explicar o (ainda) não explicável. Neste caso ele é absolvido (ora, ora, me peguei julgando Deus) pelo simples fato de não haver um réu para o crime cometido.

Mas há crime sem criminoso?

Senhores, senhores... Algo cheira mal nessa história toda. Deus, talvez, não tenha culpa de absolutamente nada. Não iria interessar a morte de uma militante de “sua palavra” do porte de Zilda Arns, por exemplo. Neste caso, vou à Rússia e, logo após, à Venezuela para tentar encontrar respostas para o acontecido.

A minha segunda perspectiva é baseada em fatos, portanto, é a mais plausível: a marinha russa preparou um relatório onde afirmava claramente que o terremoto do Haiti foi resultado de um teste da marinha estadunidense com uma de suas armas de provocar terremotos.

Este relatório levou o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, à imprensa para fazer graves acusações, todas baseadas nas informações russas.

Chávez, como sempre, foi taxado de louco por alguns membros da comunidade internacional... Mas vamos aos fatos:
  • O que interessaria, para os EUA, posicionar um dos seus generais mais importantes (P. K. Keen) num país sem nenhum interesse aparente e numa região longe do epicentro do terremoto dias antes do ocorrido?
  • Alguém pode explicar as movimentações das tropas navais estadunidenses ao redor do litoral haitiano desde 2008?
  • Não seria muita coincidência o fato de que, dias antes, na cidade de Eureka, Califórnia, um terremoto de magnitude 6,5 ocorrer sem nenhuma explicação (e pasmem, sem nenhuma vítima fatal)?
  • A agilidade demonstrada pelos EUA para organizar tropas e ocupar o país com um contingente de quase dez mil pessoas entre soldados e empreiteiros não é um tanto suspeita?
  • Cuba não é próxima demais do Haiti?
Assim como no fim da 2ª Guerra Mundial, quando Hioshima e Nagazaki foram varridas pelas bombas atômicas numa espécie de teste, os EUA teriam utilizado a vida de mais pessoas para as suas sórdidas experiências militares, e a conveniência de se destruir um país já em ruínas para, logo após, tornar-se o salvador da pátria arrasada tornou-se irresistível.

Enfim... eu acredito em Deus e acho que Ele não é um filho da puta.


E que Ele proteja o povo do Haiti.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Loló Por Lebre


Foi no meio de uma encruzilhada
Olha que roubada
Onde eu encontrei

Entre a Moeda e a Tomazina
A cheirar meninas
Quando eu comprei

Um cheirinho pra ficar bem leve
Mas comprei loló por lebre
Veja só como eu fiquei

Fiquei, fiquei
Fiquei bem leve
Cheirei loló por lebre
Fui dormir antes das três

Com a coisinha já comprada
Dei a cheirada
Mas não entendi

Naquele Loló de tudo tinha
Tinha benzina
E tinha até xixi

Tinha de tudo pra me deixar alegre
Naquele loló por lebre
Eu só sei que me afoguei

Pulei, pulei
Pulei alegre
Cheirei loló por lebre
Fui dormir antes das três

Depois de cheirar o loló por lebre
Que ninguém revele
Eu não resisti

Tocando um frevinho bem alegre
Eu dancei reggae
Com um travesti

Dancei com o frango e fiquei foi bege
A culpa é do loló por lebre
Até vergonha eu passei

Pulei, pulei
Pulei alegre
Cheirei loló por lebre
Fui dormir antes das três

Depois de dançar com o genérico
Mico homérico
Eu já nem sei

Eu decidir viajar ao México
Pois o meu médico
Disse que eu sou gay

Eu perguntei se ele se atreve
Cheirar o loló por lebre
E dormir depois das três

Eu dei, eu dei
Eu dei o “L”
Cheirei Loló por lebre
Fui dormir antes das três

Chapei, Chapei
Mas foi bem breve
Cheirei loló por lebre
Fui dormir depois das três

E que o diabo me revele
Quem me vender loló por lebre
Pra dormir lá no Xadrez!!!

(Biagio, Güma e Zadi)

[I] Introspecção Coletiva: Constatação.




(Bragi) O que há?

Não há! (Igarb)

(Bragi) O que foi?

Não foi. (Igarb)

(Bragi) Você têm razão!

Esse é o problema, há muita razão pelos becos. (Igarb)

(Bragi) E muitos becos pela razão!

Mas nenhum leva à terra oculta onde a deusa La Bohêmie, solitária, desfere seus sopros inebriantes, rajadas de vento com overdose de confetes, cocadas, orgasmos, paçocas e psicotrópicos. (Igarb)

(Bragi) Você acredita nessa lenda?

Você não? (Igarb)

(Bragi) Acredito com a mesma fé com a qual acredito em Capiba.

Esse é o espírito! (Igarb)

(Bragi) Onde é o espírito?

Não sei. Ninguém sabe. (Igarb)

(Bragi) Existe um motivo para estarmos falando de tão longe?

Existe? (Igarb)

(Bragi) Existe!

Você me pergunta sabendo as respostas? (Igarb)

(Bragi) Mas o mundo responde sabendo as perguntas. Que mal há?

Você não tem razão. Essa é a solução! Já há muita razão pelos becos. (Igarb)

(Bragi) Esse é o espírito!

Onde é o espírito? (Igarb)

(Bragi) Não sei. Ninguém sabe. Há quem diga que é na razão.

Existe um motivo para estarmos falando de tão longe? (Igarb)

(Bragi) Existe!

Qual é? (Igarb)

(Bragi) Somos dois bares.

Como assim? (Igarb)

(Bragi) Somos dois bares cheios de pseudo-intelectualidade, cheios de sub-seres debatendo e tentando convencer uns aos outros para depois, tentar convencer o centro de nossa consciência e a catedral de nosso espírito que aquilo no cada um acredita e é ou vem a ser o certo.

E assim fazemos com os outros sub-seres que habitam este plano inferior. Isso mesmo, somos bares ambulantes, ébrios quando parecemos sóbrios. (Igarb)

(Bragi) Sim, pensamos que estamos sóbrios, estamos apenas tão bêbados que não temos energia para sermos nós mesmos, não temos energia para ter a coragem de ter alegria.

Alegria... Há os que têm alergia. (Igarb)

(Bragi) Não passam de bares granfinos, bares cheios de pseudo-elegância, sem palhaços ou gritaria impulsiva e verdadeira. Mas, não nascemos bares. Isso eu tenho certeza.

Precisamos de mais pega-bêbos. (Igarb)

(
Bragi) Talvez nem isso. Precisamos de menos bares.

Precisamos de mais malabares. (Igarb)

(Bragi) Precisamos da deusa La Bohêmie!

Precisamos dela em todos os lugares! (Igarb)

(Ambos) Menos bares e mais malabares!

O Sucesso




O que é que vendem
Lá na Rua do Progresso?
Sucesso! Sucesso!

Na Tomazina me oferecem
E eu nem peço...
Sucesso! Sucesso!

Tem a potência
O diluído e o expresso...
Sucesso! Sucesso!

Nessa canção eu procuro
A cada verso!
Sucesso! Sucesso!

Se assucede que eu não sou daqui
Mas o sucesso eu quero comprar
E se eu estiver com o devido dinheiro
A sucessão de sucesso vai rolar!

A sucessão de sucesso vai rolar!
A sucessão de sucesso vai rolar!

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

[PRÓLOGO] Menos Prólogos, Mais Obras!




A cidade não pára? A cidade só cresce? Onde? Pra onde? Alguém vê?

A cidade está morta. Se antes o mal-cheiro era oriunda da transformação criadora e creadora, o mal-cheiro do gênesis, hoje ela fede por estar apodrecendo, os caranguejos espumam por estarem com raiva!

Definitivamente, o Recife se tornou um lugar inóspito para se viver.

Com menos poesia e mais comércio!
Menos confeitos e mais balas!
Menos Capiba e mais Spock!
Com menos música e mais couvers!
Menos liqueur e mais corantes!
Menos Chico Science e mais China!
Menos alegria e mais alergia!
Com menos confetes e mais poluição!

Com menos talvez e mais não...

Mas para toda a não-ação há uma irradiação!

A cidade acordará... A cidade será acordada!

Alma Falida


Indireto ser,
Que,
Serenamente,
Invade a praia deserta
Do meu sentimento.

Torna-se um ser,
Que vai além
De uma entidade,
Torna-se instância
De salvamento

De uma alma perdida
Falida;
Entregue às baratas
E, por elas, rejeitado.

Com a missão impedida
Indevida:
É a emissão de bravatas
Estando acorrentado.

Mas não há grilhões...
Nem há paredes...
Não há poderes
A me controlar...

Nem o meu amor...
Nem o meu medo...
Irão mais me guiar!

Mas tu,
Ser indireto e sereno
Me fizestes pequeno
diante de tua superioridade

Que arde.