segunda-feira, 22 de março de 2010

Rap do Seu Biu



Onde é que já se viu?
Onde é que já se viu?
Loló na venda de Seu Biu!

E o que é ainda pior...
E o que é ainda pior...
Seu Biu cheirou todo o loló!

Quando eu era criança
Eu aprendi com a vovó
Pra passar lá em seu Biu
Quando eu quisesse loló

Mas ela nunca imaginou
O que um dia ocorreria
Foi que seu Biu cheirou
Toda a mercadoria

Onde é que já se viu?
Onde é que já se viu?
Loló na venda de Seu Biu!

E o que é ainda pior...
E o que é ainda pior...
Seu Biu cheirou todo o loló!

Seu Biu é um boa-praça
Faz a frente pra vizinhança
Ele vende um bom loló
Pro velhinho e pra criança

Mas é bom comprar depressa
Pra não achar só o pó
Compre antes que seu Biu
Inale todo o loló

Onde é que já se viu?
Onde é que já se viu?
Loló na venda de Seu Biu!

E o que é ainda pior...
E o que é ainda pior...
Seu Biu cheirou todo o loló!

Um dia rolou fuleragem
Seu Biu foi denunciado
Chamaram uns policiais
Pra que ele fosse indiciado

Mas quando os “home” chegaram
Seu Biu tava numa maior
Rindo deles, muito doido
Encharcado de loló

Onde é que já se viu?
Onde é que já se viu?
Loló na venda de Seu Biu!

E o que é ainda pior...
E o que é ainda pior...
Seu Biu cheirou todo o loló! 

(João Paulo Güma & Biagio Pecorelli)

Não Chores Por Nós, Argentina!



Recentemente a Argentina conquistou mais um título que o Brasil não tem. Não me refiro a títulos no esporte... falo da conquista de um outro tipo de competição, desta vez, artística: o Oscar. A inveja que, num momento como esses, temos de nossos “hermanos” deveria, por outro lado, nos fazer pensar nos fatores que fazem da Argentina uma indústria cinematográfica ganhadora de uma estatueta da Academia, enquanto o Brasil é uma indústria que, há anos, sequer disputa a etapa final da competição.

É bem verdade que arte é arte em qualquer local quando o assunto é sua concepção. Nãop é pelo fato de um país ser mais ou menos desenvolvido que um artista o a arte de lá oriunda será de maior ou menor qualidade. Ela é uma ação inicialmente individual, que sai da mente e do espírito do artista que, no momento em que ela é revelada ao público, perde o controle da própria obra que torna-se coletiva e de livre interpretação.

Mas no caso da “Sétima Arte”, a verba destinada ao filme e o incentivo para a produção, às vezes, separa um bom filme de um vencedor de Oscar, ou mesmo de uma obra-prima. Como no futebol, não é o valor gasto que faz o vencedor. Questões logísticas e escolha das peças humanas e direção a ser tomada (ou roteiro, se preferirem) obviamente são importantes, mas é o trabalho minucioso do comandante, a preocupação com os mínimos detalhes do começo ao fim da jornada é que faz o diferencial.

No Brasil, há uma lei de incentivo à cultura que disponibiliza uma verba razoável ao cinema nacional. O problema é para quais filmes essa verba acaba sendo direcionada. Nos últimos anos, por exemplo, há uma tendência que vem dominando a cena cinematográfica brasileira: o cinema usado como extensão da televisão. Mas o que isso significa?

Significa que cada vez mais filmes comercialescos, com diretores, atores, e pior, enredos seguindo os moldes “globais” são produzidos. Como a intenção é, meramente, entreter (entenda-se alienar) o público, comédias burras, dramas vazios, romances clichês (com a sub-espécie “comédias românticas burras e clichês” facilmente encontradas) e uma porção de outras categorias de lixo cultural são produzidas com o dinheiro do contribuinte para gerarem lucro, sem se preocuparem com fatores estéticos indispensáveis para que aquilo possa ser considerado arte de qualidade.

Como conseqüência disso, as obras que realmente deveriam receber essas verbas vão sendo escanteadas, e elas, produções que realmente elevariam o conceito do cinema brasileiro à nível mundial, por falta de apoio não são concebidas da forma que deveriam para serem consideradas grandes filmes.

É notório que desde a obra-prima de Fernando Meireles, “Cidade de Deus”, nenhum outro filme brasileiro foi indicado ao Oscar. O último filme de destaque internacional foi “Tropa de Elite” que, por coincidência ou não, revela uma face negra do Brasil, assim como o filme de Meireles. Porém, no segundo filme, já encontramos características de um enlatamento do cinema nacional.

Isso não quer dizer que bons filmes não são mais produzidos no Brasil, apenas que o potencial das produções é prejudicado por essa conjuntura. Até mesmo a distribuição para os cinemas fica difícil com a invasão de filmes cheios de pseudo-artistas que atraem o público e geram aquilo que os donos de cinema querem: lucro.
Quanto à Argentina, sinceramente não conheço a política de incentivo à cultura de lá, muito menos assisti o filme em questão, sequer me dei ao trabalho de tentar me lembrar de seu nome. Pode, ele, até ser um oásis no deserto como foi “Central do Brasil” nos tempos em o incentivo era bem menor.

É fato que os critérios devem ser alterados para a distribuição das verbas públicas e as grandes produtoras devem bancar sozinhas seus filmes comercialescos ao invés de retirar dos potenciais grandes filmes a verba e o espaço que são importantíssimos para que eles vinguem.

Freud-Frevo


Freud é um frevo tronxo
Freud é um entronxa-frevo
O tronxo é um baita
De um frevo-Freud

Freud é um frevo com medo

Freud nada mais é
De que um frevo tronxo
Alterado por ventos, sonhos
Livros e pênis tronxos

Que ele conheceu freudiando
Pelas íngrimes ladeiras do ID
Mil superegos num cabide
Fantasias de um ego frevando

Mantra-Éter


A fenomenolologia do espírito
A ideolologia do ser
São como o éter
Em minha mente...

Dormente!

Estéril Sound


Meu som stereo
É estéril
Não mais produz
Nem reproduz

Os sons de minha alma
De meu cheiro
De meu rosto
Que à contragosto

Esteriliza meu stereo sound
Com um chorinho de água e sal

Amor e Dor



Dona de todas as minhas letras
Acentos, reticências, vírgulas...
E pontos finais.

És a minha derradeira chance
Suspiro, desejo, apuro...
E tudo mais

E muito mais que um beijo
Muito mais do que eu vejo

Se sinto, se minto
Te abraço ou amasso
Em explosões de ódio e amor

É por sentir, consentir
Que me ames e reclames
Aquilo que nunca te traga dor

E não mais rimar amor e dor
E não mais rimar amor e dor

sexta-feira, 12 de março de 2010

[VII] Gênesis?!


(Igarb) O que é isso?


(Bragi) Não faço idéia!


(Igarb) Brilha.


(Bragi) Cores diferentes.


(Igarb) Talvez pergunte quem somos nós.


(Bragi) Assim como fazemos com nós mesmos?


(Igarb) Talvez.


(Bragi) Será um presente?


(Igarb) Talvez um castigo... Quem sabe?


(Bragi) Quer dizer algo.


(Igarb) Esta esfera diz sem falar.


(Bragi) Faz com que tenhamos as sensações primordiais.


(Igarb) E faz com que as sensações primordiais nos tenham.


(Bragi) Sinto-me um Niestzche budista.


(Igarb) Sinto-me um Hitler humanista.


(Bragi) Que mal há?


(Igarb) Que bem há?


(Bragi) Sinto-me vazio, porém completo.


(Igarb) Completamente vazio em meu vasto conteúdo.


(Bragi) Seja talvez esse o sentimento primordial.


(Igarb) O primeiro sentimento que esquecemos com passar do tempo.


(Bragi) Ou o tempo primeiro que esquecemos com fluir dos sentimentos.


(Igarb) Somos almas nuas.


(Bragi) Somos ruas sem calçamento.


(Igarb) Somos jangada sem vela.


(Bragi) Estamos à deriva.


(Igarb) E a que se derivará esse singular momento?


(Bragi) A morte, bem sei.


(Igarb) Ou o mote primordial!


(Bragi) Ou a sorte.


(Igarb) O mote que a morte não tem a sorte de ver desenvolver.


(Bragi) Aqui jaz o gênesis?


(Igarb) Aqui Jazz o gênesis!


(Bragi) Aqui Freva o gênesis!


(Igarb) Mas aqui também jaz o gênesis!


(Bragi & Igarb) Pois o início acabou!


(Igarb)

O que há em ti, esfera de gênesis?

Que destila o meu eu em mim

Que destila meu eu pelo mundo

(Bragi)

O que há em ti, esfera de gênesis?

Que Provoca desejos em mim

Que me deixam cheiroso e imundo

(Bragi & Igarb)

Onde está La Bohêmie?

E onde ela deveria estar?

Se, nossas almas, espremes

Deves fazê-la nos escutar...


(Igarb) Sei que estás nos escutando, La Bohemie...

Espero que estejas nos escutando, La Bohemie... (Bragi)

(Bragi & Igarb)

Avisamos, de antemão, que os nossos heróis morreram muito cedo...

E todos foram vítimas das coisas das quais mais temos medo...


(Igarb)

Então por isso, estás destinada!

E a esta missão, recrutada:

(Bragi & Igarb)

A de clarear a nossa visão!!!

(Bragi)

La Bohêmie, guerreira dourada

Invada logo a nossa morada

(Bragi & Igarb)

E destrua a televisão!!!

(Bragi & Igarb)

E nos ajude na canção...

Sempre sem hesitação...

Chame, assim, a nossa atenção...

Com seu sabre de algodão-doce em mãos!

quinta-feira, 11 de março de 2010

Sade


Teus átrios
E ventrículos
Meu pênis
E testículos

Irão penetrar-te
Como faca quente
Abrindo libidinosas cavidades
Neste teu corpo-manteiga

E orgasmo ejaculante
Em teu coração
Fará dele útero
Que parirá a paixão

quarta-feira, 10 de março de 2010

Conto da Certeza



Numa terra distante, um jovem estrangeiro avistou uma placa, como essas que poluem nosso trânsito, onde escrito estava a seguinte frase:


"Nesta terra os ignorantes são proíbidos de ter certeza"

O jovem estrangeiro procurou, então, o polical mais próximo, e lá estava ele, um velho, dentro da banca de revistas, lendo gibis, aprendendo como se prendiam os bandidos nas cidades "civilizadas". O jovem aproximou-se e perguntou:

- Meu senhor, por qual motivo é proíbido aos idiotas ter certeza?

E o velho policial respondeu:

- Pelo motivo óbvio, meu jovem, pelo motivo óbvio!

Confuso, o jovem disparou outra pergunta:

- Então aos sábios é permitido ter certeza?

Espantado com a pergunta, o velho policial respondeu, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo:

- Não, porém a eles não é necessário proibir

E era óbvio!

Afoxé Para a Guerra Em Paz (ou Invocação à Rainha das Terras)



Yemanjá é a rainha do mar
Mas a rainha da terra
Ainda hei de encontrar

Mesmo que o céu conspire contra nós
Ainda assim serás novidade atroz

Yemanjá
Me conte os seus medos
Que assim
Contarei os meus desejos

(Zadi)
Eu vejo Güma
Rezar num tabuleiro de damas
E o luar
Enfeitando a sua sombra

(Güma)
Eu vejo Zadi
Com o seu olhar maciço
Sendo mais santo
Que o meu padim ciço

Num tabuleiro
Um rei e outro se provocam
Sem saber
Que companheiros não se invocam

Num tabuleiro
Dois reis passam do ponto
Sem saber
Que a solidão rege seu encontro

Onde será que a rainha está?
Será que está na terra?
Será que está no mar?

Onde será que a rainha está?
Será que ela é uma fera?
Ou a mais bela das belas será?

Será a guerra o que estou a procurar?
Amo a rainha da guerra
Sem saber se a paz ela trará!

(João Paulo Güma & Léo Zadi)

Estupro Ocular (ou Frevo à Orgia Recifense)



Para Angelo Fábio

Onde tem porto, tem puta
Que labuta quando não há sol
Melhor quando não se escuta
A volúpia, estando-se só

Onde tem morto, tem culpa
Resoluta como um anzol
Melhor é estar em sua luta
Municiado de um bom Cepacol

Quando se quebra a conduta
E de um porto se vê o arrebol
É quando o preto disputa
Com olhares um tubo de loló

Quando o olhar te estupra
Percebe-se que é melhor ficar só
Ou encontrar o que supra
O desejo de virar pó

Pra quê negar?
Ou negacear?
Se o mundo vai acabar!

E tudo o que eu quero é fuder!
E tudo o que eu quero é trepar!
E tudo o que eu quero é fuder!
E tudo o que eu quero é trepar!

terça-feira, 9 de março de 2010

[VI] Ritual Xamânico: Despacho de Si (Parte 2)


(Igarb) Com a minha alma tingida de marrom, saúdo a ti, Xangô, Senhor do fogo elétrico, meu São Pedro. Ofereço-te agebô e amalá, para que comas, e cerveja preta para que bebas em todas as Quartas-Feiras de tua existência. Há tudo isso em meu corpo! Peço, contudo, que atenda meu pedido: A procure nas pedreiras e na superfície de Júpiter! Kaô Cabecilé!


(Eis que um ser veloz perpassa a rua numa velocidade inacreditável, tudo leva a crer que se tratava de uma tartaruga)


(Bragi) Com a minha alma tingida de amarelo, saúdo a ti, Iansã, Senhora do fogo psíquico, minha Santa Bárbara. Ofereço-te acarajé, ipetê e bobó de inhame, para que comas, e champanhe para que bebas, assim como Xangô, em todas as Quartas-Feiras de tua existência. Há tudo isso em meu corpo! Peço, contudo, que atenda meu pedido: A procure nos bambuzais e, assim como Xangô, na superfície de Júpiter! Eparrei Oiá!


(Eis que uma outra coruja tomada pelo fogo, surge e os observa até desaparecer como se tivesse sido consumida pelas chamas)


(Igarb) Com a minha alma tingida de verde, saúdo a ti, Oxossi, Senhor das matas, meu São Sebastião. Ofereço-te axoxô e ewa, para que comas, e vinho tinto, água de coco e caldo de cana para que bebas em todas as Quintas-feiras de tua existência. Há tudo isso em meu corpo! Peço, contudo, que atenda meu pedido: A procure pelas Matas e, assim como Oxum, na superfície de Vênus! Okê Arô!


(Eis que um tatu surge brotando do chão e sai fazendo buracos pela rua que, somem em poucos segundos)


(Bragi) Com a minha alma tingida de preto e branco, saúdo a ti, Omulú, Senhor das curas e das doenças, meu São Lázaro. Ofereço-te feijão preto, carne de porco e pipoca, para que comas, e vinho tinto e água mineral para que bebas, assim como Exú, em todas as Segundas-Feiras de tua existência. Há tudo isso em meu corpo! Peço, contudo, que atenda meu pedido: A procure nos cemitério e grutas, e na superfície de Saturno! Atôtô!


(Eis que um caranguejo surge brotando do chão e, assim como o tatu, sai fazendo buracos pela rua, que somem em poucos segundos)


(Igarb) Com a minha alma tingida de verde e amarelo, saúdo a ti, Oxumaré, Senhor das quedas d’agua e do arco-íris, meu São Bartolomeu. Ofereço-te batata doce e bertalha com ovos, para que comas, e água mineral para que bebas, assim como Ogum, em todas as Terça-Feiras de tua existência. Há tudo isso em meu corpo! Peço, contudo, que atenda meu pedido: A procure na queda das cachoeiras, e no mundo que fica no fim do Arco-íris. Arrobobô!


(Eis que uma cobra com as cores de um arco-íris enrrosca-se pelos corpos de ambos até desaparecer como se fora mesmo um arco-íris)


(Bragi & Igarb) Com nossas almas tingidas de preto e vermelho, fechamos essa gira e saudamos a ti, Exu, Senhor das encruzilhadas, motor de nosso mundo: nós o oferecemos padê, para que comas, e cachaça para que bebas em todas as Segundas-feiras de tua existência. Há tudo isso em nossos corpos! Pedimos, contudo, que atenda nosso pedido: A procure pelas encruzilhadas, becos e na superfície de Mercúrio. Laroiê Exú, Exú ê, Exú Amogibá!!!


(Eis que todos os animais reaparecem adentram os corpos de ambos e, logo após, saído em forma de esfera sobrepujando-se um ao outro até que a esfera torna-se sólida e palpável.)


(Bragi & Igarb) Contemplem!!!

segunda-feira, 8 de março de 2010

Ganhar Sem Jogar



Para Tamires Costa

Pra que esperar?
Pra que deixar tudo desaparecer?
Se não há nada a fazer
Se nem há nada pra perder

E não há nada que vá fazer

Você
Ganhar
Sem jogar

Sem jogar, meu bem...
Sem se jogar
Sem amar

É melhor nem ser.

É melhor nem saber...
O que fazer!

Então deixa rolar
Deixa sofrer, deixa sangrar...
Deixa ser o que vier

Deixa ser, meu bem...
Deixa esse ser refém
Deixa esse ser fazer

Você feliz.

(João Paulo Güma & Tami Costa)

Benzinha


Para Tamires Costa

Ô menininha
Se diga minha
E a seja de verdade
Em possessividade

Salutar

Ô menininha
Tão miudinha
Razão da minha saudade
Com a funcionalidade

Estelar

Bela mocinha
O meu diminutivo é só
Pra de um outro jeito
Te exaltar

Minha benzinha
Sem você eu viro pó
Que é tão ruim
De se cheirar

Quando Ler... Vomite!


Quando triste... destreza!
Quando destro... certeza!
Quando certo... estranheza!
Quando estranho... clareza!

Quando quieto... perdão!
Quando perdoado... tensão!
Quando tenso... atenção!
Quando atento... direção!

Quando for claro, limpeza!
E não a quietude da tristeza
Pois ser direto sem alegria...
É como caminhar sem direção!

Campanha Rebolation: Por Um Novo Hino Nacional!


Certo dia, minha amada namorada me perguntou, ao ver um cartaz anunciando o show do grupo baiano que não me recordo o nome mas que canta o Rebolation (é, queridos, a “arte” supera o “artista”) ao percorrer a avenida Boa Viagem: “Meu bem, o que leva uma música como Rebolation a fazer sucesso?”

Meu Deus, olhei para ela, com um olhar de um pai que ouve sua filha perguntar algo do tipo “Pai, a água é molhada é?”, não entendendo como é que ela consegue não reconhecer o valor supremo desta obra-prima. Será possível ela não perceber o encanto da monotematicidade cíclica desta canção que, por sinal, já entrou para os anais da arte brasileira, deixando para trás, por exemplo, a Bossa Nova do baiano, um pouco menos competente, João Gilberto.

Mas não é a falta absoluta de cultura artística de minha namorada o assunto principal deste texto, e sim, uma proposta que, desde já, faço à minha nação: façamos do Rebolation o nosso novo hino nacional.

Sinceridade, há algo mais belo e com mais expressão do que o Revolation? Há, no passado ou no presente, algo que represente mais o espírito brasileiro?

Primeiramente, é um hino fácil de se memorizar, não passaríamos vergonha quando a Seleção estivesse perfilada e sem conseguir cantar o hino. Melhor, é até um hino dançante. Um hino dançante, fácil de se memorizar, com uma palavra como núcleo de todos os outros versos. Uma maravilha de significado único. Uma lição universal.

Talvez o melhor é que o Rebolation tire quase que completamente a necessidade do brasileiro de pensar. Só é necessário repetir, e repetir, e repetir... até goz...tar da música. Nada melhor do que isso para um povo tão culto e preocupado com assuntos como a política, o aquecimento global, a economia mundial, os terremotos pelo mundo, etc. É um momento de elevação necessária para um povo tão engajado.

Alguem ousa recusar essa proposta? Espero que não!

Pois o Rebolation é Bom-Bom-Bom!!!

Eis a Obra-Prima:


Rebolation
Parangolé

Rebolation é bom, bom Rebolation é bom, bom, bom (7x)

Bota a mão na cabeça que vai começar
O Rebolation, tion o rebolation, o rebolation, tion, rebolation
O Rebolation, tion o rebolation, o rebolation, tion, rebolation

Alo minha galera preste atenção Rebolation é a nova sensação
Menino e menina não fiquem de fora que vai começar o pancadão
O suingue é bom gostoso de mais
Mulheres na frente os homens atrás

Mão na cabeça que vai começar
O Rebolation, tion o rebolation, o rebolation, tion, rebolation
O Rebolation, tion o rebolation, o rebolation, tion, rebolation

Rebolation é bom, bom Rebolation é bom, bom, bom
Rebolation é bom, bom. Se você fizer fica melhor (2x)

Bota a mão na cabeça que vai começar
O Rebolation, tion o rebolation, o rebolation, tion, rebolation
O Rebolation, tion o rebolation, o rebolation, tion, rebolation

Rebolation é bom, bom Rebolation é bom, bom, bom (4x)

Alo minha galera preste atenção Rebolation é a nova sensação
Menino e menina não fiquem de fora que vai começar o pancadão
O suingue é bom gostoso de mais
Mulheres na frente os homens atrás

Mão na cabeça que vai começar
O Rebolation, o rebolation, o rebolation, tion, rebolation
O Rebolation, tion o rebolation, o rebolation, tion, rebolation

Rebolation é bom, bom Rebolation é bom, bom, bom
Rebolation é bom, bom. Se você fizer fica melhor (2x)

Bota a mão na cabeça que vai começar
O Rebolation, tion o rebolation, o rebolation, tion, rebolation
O Rebolation, tion o rebolation, o rebolation, tion, rebolation

Vai no rebolation, no rebolation, no rebolation, tion, rebolation
O Rebolation, tion o rebolation, o rebolation, tion, rebolation

Rebolation é bom, bom Rebolation é bom, bom, bom
Rebolation é bom, bom Rebolation é bom, bom, bom
O Rebolation é bom...

domingo, 7 de março de 2010

Mulher, Mulher...


Não sejamos hipócritas, o dia 8 de Março é o dia internacional da mulher e não o dia internacional dos seres humanos que nasceram com uma vagina. Continuemos não sendo hipócritas, quantas mulheres de verdade nós encontramos nos dias de hoje?

Posso ser taxado até de reacionário com esse meu argumento, mas a verdade é que quanto mais direitos são conquistados pelas pseudo-mulheres, mais elas têm cometido erros iguais ou piores do que os homens.

É bem verdade que entre nós, homens, a situação não é diferente. Somos um bando de ordinários.

Não digo que não há mulheres de verdade no mundo de hoje, mas temos que procurar com atenção uma que honre essa dádiva.

O dia 8 foi feito para vocês, mulheres com o “M” maiúsculo.

quarta-feira, 3 de março de 2010

[VI] Ritual Xamânico: Despacho de Si (Parte 1)


...



(Bragi & Igarb) Façamos???

...


(Bragi & Igarb) Com nossas almas tingidas de preto e vermelho, abrimos essa gira e saudamos a ti, Exú, Senhor das encruzilhadas, motor de nosso mundo: nós o oferecemos padê, para que comas, e cachaça para que bebas em todas as Segundas-feiras de tua existência. Há tudo isso em nossos corpos! Pedimos, contudo, que atenda nosso pedido: A procure pelas encruzilhadas, becos e na superfície de Mercúrio. Laroiê Exú, Exú ê, Exú Amogibá!!!


(Eis que uma galinha preta reluzente surge e desaparece ao dobrar a esquina)


(Bragi) Com a minha alma tingida de branco, saúdo a ti, Oxalá, Senhor do ar, Pai celestial, meu Senhor do Bonfim. Ofereço-te canjica, acaçá, e mungunzá, para que comas, e água mineral, vinho branco doce e vinho tinto doce para que bebas em todas as Sextas-Feiras de tua existência. Há tudo isso em meu corpo! Peço, contudo, que atenda meu pedido: A procure pelos ares e na superfície solar! Exê Uêpe!


(Eis que uma coruja branca reluzente surge e logo desaparece ao dobrar as frestas do céu)


(Igarb) Com a minha alma tingida de azul claro, saúdo a ti, Yemanjá, Senhora das águas salgadas, Nossa Senhora dos Navegantes. Ofereço-te peixe, camarão e arroz, para que comas, e água mineral e champanhe para que bebas em todos os Sábados de tua existência. Há tudo isso em meu corpo! Peço, contudo, que atenda meu pedido: A procure nas águas do mar e na superfície da Lua! Odô iyá!


(Eis que uma cabra branca quase transparente surge berrando mantras africanos e logo se torna completamente invisível)


(Bragi) Com a minha alma tingida de lilás, saúdo a ti, Nanã, Senhora das águas da chuva, Nossa Senhora Santana. Ofereço-te feijão preto com purê de batata doce, para que comas, e champanhe para que bebas, assim como Yemanjá, em todos os Sábados de tua existência. Há tudo isso em meu corpo! Peço, contudo, que atenda meu pedido: A procure nas águas dos lagos, pântanos e mangues e na superfície de Mercúrio! Saluba Nanã!


(Eis que uma galinha branca surge pondo ovos ambulantes que logo somem)


(Igarb) Com a minha alma tingida de amarelo, saúdo a ti, Oxum, Senhora das águas doces, Nossa Senhora Da Aparecida. Ofereço-te banana frita, moqueca de peixe e pirão, para que comas, e champanhe para que bebas, assim como Yemanjá e Nanã, em todos os Sábados de tua existência. Há tudo isso em meu corpo! Peço, contudo, que atenda meu pedido: A procure nos rios e na superfície de Vênus! Ora Ieiêô!


(Eis que uma pomba branca surge e adentra uma das paredes da rua)


(Bragi) Com a minha alma tingida de vermelho, saúdo a ti, Ogum, Senhor do fogo bruto, guerreiro São Jorge. Ofereço-te cará e manga espada, para que comas, e cerveja branca para que bebas em todas as Terças-Feiras de tua existência. Há tudo isso em meu corpo! Peço, contudo, que atenda meu pedido: A procure nas estradas de ferro e na superfície de Marte! Ogum Iê!


(Eis que um galo vermelho surge e canta um grito de guerra de samurais africanos e adentra o chão da rua)

terça-feira, 2 de março de 2010

Um Baile de Máscaras Chamado Vida


Neste baile você não é convidado, e sim, obrigado a entrar e dançar por entre aqueles que, por vezes, você tem a pretensão de achar que conhece por trás das máscaras que, logo na entrada, são empurradas em seus rostos. As danças são como cirandas que se cruzam de uma forma constante, contínua e assimétrica. São ondas de encontros, desencontros e reencontros.

Há, neste evento, aqueles que optam por serem um pouco diferentes. Optam por não usar as tais máscaras antes empurradas à face, esses mal-aventurados quase sempre findam por serem vítimas dos mascarados, criminosos ou não, que os acusam e os impõem adjetivos, rótulos, naqueles que aparentam ser aquilo que, segundo o julgamento deles, deve ser classificado de forma negativa.

Enquanto o baile continua, crimes são cometidos, pessoas são acusadas e julgadas, porém, os grandes mascarados que cometem crimes raramente são julgados, sequer acusados. Trocar de máscara fica fácil neste baile sacro-demoníaco. Repassar a culpa para os sem-máscaras torna-se uma ação bem mais eficaz, principalmente quando eles, os não-mascarados, optam por não ceder à escória mascarada, à falsidade institucionalizada, negando-se a utilizar o tal adereço, mesmo após tantos avisos e ameaças.

Num âmbito mais superficial, talvez mais inocente entre os mascarados, há os meramente preconceituosos, que assim são, muito mais pela falta de uma visão mais ampla do salão do que propriamente pela maldade. Por eles, pequenas injustiças são cometidas com aqueles que, simplesmente, não querem dançar a música que é, ditatoriamente, imposta pelos pretensos donos da festa.

Eis então quando começa a segregação dos grupos e os que antes andavam com o rosto ao vento, por uma questão, talvez, de autopreservação, passam a usar uma máscara, depois duas, depois três, até se esquecerem que antes eram uns sem-máscaras, uns sem-teto, uns sem-terra, uns sem-maldade.

Imaginem, então, num mundo como este, um sem-máscaras tentando entrar numa das rodas de ciranda mascarada, encantando-se por uma moça que, se não é uma sem-máscara, parece usar a menor de todas elas e, talvez, por uma mera questão de proteção. Ela utiliza a máscara apenas para ter paz.

Você, sendo o mascarado patriarca ou matriarca deste grupo, deixaria o rapaz que opta por não usar a máscara chegar perto de seu bem tão precioso? Bem como os tais, na tal história, provavelmente, não. Mas isso não vem ao caso... essa não é uma história de vilões e mocinhos... é uma história de choque de realidades, de rótulos precipitados e, consequentemente, preconceituosos. É, definitivamente, uma estória verídica.

E essa história pode ser vista também como de pontos de vista, ou talvez, de pontos de não-vista.pontos cegos que, só quem usa e, logo após, tira a máscara, consegue perceber: sem ela pode-se ver mais e melhor.

Eis que o mestre Shake, do alto de um lustre, grita para a multidão: “Ser ou não ser? Eis a questão!”

Ou seja, máscara ou não?

Essa é a pergunta que não sai da cabeça do jovem sem-máscara. Essa deveria ser a pergunta que não deveria sair da cabeças de todos vocês, mascarados medíocres.

Orkut, Quem sou Eu? (ou Güma por Güma)


Decidi refazer meu perfil do orkut e, após o texto do "quem sou eu" ficar pronto, achei que poderia entrar no blog, por se tratar de uma obra de arte.

Contemplem:


Sou feio, terminantemente feio. Espero, sinceramente que essa informação afaste, desde já, os visitantes superficiais, ou seja, 90% daqueles que possuem uma conta neste site de relacionamentos.


Em questões de temperamento, sou uma mistura, nada homogênea de Bruce Wayne, Friedrich Nietzsche, Kevin Arnold, Jack Kerouac, Coringa e Hannibal. Isso sem contar com os fatores “Cumpadji Washington” e “Galactus” que são inerentes ao meu ser. Em suma, sou um típico antipático insuportável.

Quanto aos meus talentos, não tenho falsa modéstia alguma. Os assumo e os divulgo, quando assim creio que deva ser feito. Sou um grande conhecedor do futebol e da fórmula 1, além de ser um analista político razoável. Basicamente sou talentoso quando o assunto é ter idéias ou escrever, seja lá qual for a forma ou o tema. Além disso, sou um razoável professor de filosofia, artes e educação física. Sou também um ótimo treinador de futebol. Embora eu seja um bom ator, prefiro meu trabalho enquanto diretor de teatro.

Por outro lado, sou completamente incapaz de fazer uma conta matemática, em suma, sou um péssimo acadêmico. Além disso, sou incapaz de trabalhar diretamente com pessoas burras, muito menos me relacionar com elas no âmbito pessoal.

Quanto às minhas relações pessoais, confesso que só me importo de verdade com duas pessoas neste mundo: minha filha e minha futura esposa. Se o seu interesse é ter sua vida destruída com requintes de crueldade, basta mexer com um desses pilares de minha existência. Sim, tenho amigos (por incrível que pareça). São poucos, porém leais. Por sinal já tenho mais do que o suficiente e não estou à procura de novos.

Qualquer outro tipo de informação não seria da sua conta. Pra falar a verdade, nenhuma informação aqui citada é da sua conta.

Passar (rápido e) bem.