sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

2010 e o Circo


Fazia um bom tempo desde a última vez em que me empolguei tanto antes do início de uma temporada de Fórmula 1. O ano de 2010 promete muita emoção no desenrolar da disputa, afinal, pelo menos três equipes deverão lutar pelos títulos de pilotos e de construtores.

Pelo menos seis pilotos lutando pelo título. Esse panorama torna-se plausível quando fizermos frias análises na Ferrari, McLaren e Mercedes e em suas perspectivas para a temporada que está por vir.

A Ferrari vem com uma sede de reconquistar o seu espaço de destaque quando o assunto são os resultados. Depois de um 2008 frustrante pela perda do título de pilotos (não na última curva, como ainda dizem alguns) numa sequencia de erros para com o brasileiro Felipe Massa, além de um 2009 para se apagar da memória, com um carro ruim, sem a competitividade apresentada em temporadas anteriores, a Ferrari quer vencer tudo nesta temporada.

A contratação do espanhol Fernando Alonso trouxe a certeza de uma competitividade acirradíssma dentro da equipe. Ele e Massa deverão lutar ponto a ponto pela hegemonia interna e pela preferência da scuderia para as últimas corridas do ano, caso a possibilidade de título exista.

O brasileiro poderia ter uma preferência por parte da equipe, principalmente pelo fato de estar a mais tempo nela e pela Ferrari dever a ele o título mundial que ela mesma tirou com seus erros em 2008. Só que quando o outro piloto é alguém do porte do espanhol, tudo muda. Principalmente pela falta de ritmo de corrida por parte do brasileiro após o grave acidente na temporada passada.

O caso é que não há prognósticos em relação à disputa interna, a única certeza é a de que, possuindo um equipamento competitivo, os dois brigarão até as últimas corridas pelo título. A Ferrari tem, na minha opinião, a melhor dupla de pilotos da atualidade.

A McLaren, assim como a Ferrari, teve um 2009 digno de esquecimento. Nem as vitórias de Lewis Hamilton em corridas esporádicas e a evolução demonstrada pelo equipamento no fim da temporada salvaram o ano da equipe. Para tentar mudar isso, 2010 começará com os dois últimos campeões mundiais sentados nos cockpits da equipe inglesa.

Se me perguntassem se a contratação de Jenson Button, com o status de campeão mundial, poria fim na hegemonia, enquanto primeiro piloto da equipe, de Hamilton, eu diria que não. É óbvio que Button não foi contratado para ser segundo piloto, mas, seu talento não é, sob a minha ótica, suficiente para enfrentar o campeão mundial de 2008. Button é um ótimo piloto, mas teve muita sorte em ter um carro extraordinário e um companheiro como Rubens Barrichello, inconstante e pouco ameaçador. Seu título foi merecido, mas seu talento possui limites.

É bem verdade que Button é uma sombra bem mais ameaçadora do que o antigo companheiro de Hamilton, Heikki Kovalainen. Sem dúvida isso obrigará uma aplicação como a dos tempos em que Fernando Alonso era o seu “companheiro” na equipe. É óbvio que pode acontecer um crescimento no rendimento do atual campeão e ele demonstrar que pode se impor diante de Hamilton, provando ser, realmente, um piloto de alto nível.

A McLaren tem a segunda melhor dupla de pilotos, mas, possui o melhor de todos na atualidade: um Lewis Hamilton muito mais experiente e constante.

Enquanto a McLaren vem à disputa como se fora uma esquadra inglesa, a Mercedes surge 100% alemã numa temporada que começara a tendo como estreante e, ao mesmo tempo, atual campeã. Passado e futuro do automobilismo da Alemanha ocuparão os cockpits da equipe. Não há dúvidas de que Michael Schumacher e Nico Rosberg irão representar a pátria alemã num nível de competição altíssimo.

Duas dúvidas, porém, pairam sobre as cabeças dos que, assim como eu, refletem acerca dessa dupla. A primeira é referente ao Heptacampeão mundial: Será que ele continua o mesmo e suportará o desgaste físico que pilotar um carro de Fórmula 1 provoca? A segunda é sobre a jovem promessa alemã: Será que ele é bom mesmo ao ponto de ser a escolha da Mercedes para herdar o trono que antes era de Schumacher? E se for, conseguirá suportar a pressão de competir internamente com o piloto com os melhores resultados da história?

Ross Brawn é, sem dúvida, o melhor chefe de equipe da atualidade e talvez venha a ser, assim como no ano passado, um dos diferenciais nesta temporada em favor de sua equipe.

Mais alguém pode entrar na disputa pelo título? Acho difícil! A Red Bull caso consiga repetir o bom desenvolvimento do carro do ano passado poderá ser uma grata surpresa utilizando-se do grande talento de Sebastian Vettel, que amadurece a cada temporada e vem com o status de atual vice-campeão mundial.

A Willams, com o brasileiro Rubens Barrichello como o principal piloto terá que conseguir um milagre do porte da Brawn-GP, em 2009, para pensar em título. A Renault, após os escândalos envolvendo os Piquet e Flavio Briatore, não tem mais a mesma força e pode estar fazendo a sua última temporada na categoria.

Já as demais equipes serão meras coadjuvantes e, talvez, consigam alguns resultados que serão inesperados no decorrer da temporada. As estréias de Bruno Senna e Lucas di Grassi devem ser acompanhadas com atenção. Tratam-se de excelentes pilotos, jovens e talentosos. Basta saber se conseguirão adaptar-se à categoria e fazer sucesso no circo da Fórmula 1.

Se eu pudesse apostar num campeão para esta temporada, guardaria meu dinheiro e usaria para coisas um pouco menos imprevisíveis... 2010 não será um ano fácil de se antever quando o assunto for o campeonato mundial de pilotos.

E que comece logo!

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