domingo, 2 de janeiro de 2011

O Fim de Uma Era: Parte 2 – O Legado


Todo governo, ao seu término, merece um balanço e o de Lula não pode ser diferente! Qual é o legado que ele deixou para o povo brasileiro? Vou tentar exprimir em alguns números, fazendo também um inevitável comparativo com o governo FHC.

O governo Lula reduziu a inflação de 12,5% (em 2002) para 4,3% (no final de 2009) ao ano e a taxa média anual de inflação no governo Lula (6% ao ano) é menos da metade da que tivemos no governo FHC (12,5% ao ano). Além disso, o governo aumentou o salário mínimo para o seu maior valor real em 40 anos, um aumento de 74% entre 2003/2010. O seu governo também reduziu a relação dívida/PIB de 51,3% para 36% do PIB e acumulou um superávit comercial de US$ 252 Bilhões (entre 2003 e 2010) o que facilitou também o pagamento de toda a dívida com o FMI e com o Clube de Paris. O Brasil se tornou credor do FMI, algo inédito na história do país, para quem emprestou US$ 10 Bilhões e hoje, a dívida externa líquida é negativa em US$ 65 bilhões. De lambuja, reduziu o déficit público nominal de 4% do PIB para 1,9% do PIB.

Na “Era Lula” ocorreu a ampliação da capacidade de investimentos do Estado, os investimentos do governo federal e das estatais em 2009 foram de quase R$ 90 Bilhões e em 2010 chegaram a quase R$ 119 bilhões.  As exportações foram de US$ 60 Bilhões/ano para US$ 198 bilhões/ano acumulando um crescimento de 230% em 6 anos. Em 2010, as exportações deverão superar os US$ 200 bilhões, o que acontecerá pela primeira vez na história do Brasil. O que favoreceu para o Aumento das reservas internacionais líquidas de US$ 16 Bilhões (em 2002) para US$ 285 Bilhões (Novembro de 2010).

Lula ampliou o Pronaf de R$ 2,5 Bilhões/ano (2002) para R$ 16 Bilhões/ano (2010). A concentração de renda e as desigualdades sociais diminuíram sensivelmente; o índice de Gini atingiu o menor patamar da História. O governo Lula gerou 15 milhões de empregos formais entre 2003/2010, elevou os gastos sociais públicos para 21% do PIB, criou programas sociais inclusivos, como o Bolsa-Família, ProUni, Brasil Sorridente, Farmácia Popular, Luz Para Todos, entre outros, que beneficiaram aos pobres e miseráveis e contribuíram para melhorar a distribuição de renda e tudo isso favoreceu para a redução do percentual da população brasileira que vive abaixo da linha de pobreza de 28% (2002) para 19% (2006), segundo o IPEA.

O BNDES emprestou R$ 137 Bilhões em 2009 para o setor produtivo, contra cerca de R$ 22 Bilhões em 2002. Além disso, Lula fez o Brasil se tornar credor externo, com um saldo positivo de US$ 65 Bilhões, algo inédito na História do país. Iniciou novas grandes obras de infra-estrutura (rodovias, ferrovias, usinas hidrelétricas, etc) financiadas tanto com recursos públicos como privados. Exemplos: Usinas do Rio Madeira, Transnordestina, Ferrovia Norte-Sul, recuperação das rodovias federais, duplicação de milhares de quilômetros de rodovias.

Na educação, Lula anulou portaria do governo FHC que proibia a construção de escolas técnicas federais e iniciou a construção de dezenas de novas unidades e que foram transformadas em Institutos Superiores de Educação Tecnológica (são 214 novas escolas técnicas federais construídas entre 2003/2010). Criou o Reuni, que iniciou um novo processo de expansão das universidades públicas, aumentando consideravelmente o número de universidades, de campus e de vagas nas mesmas.

Os lucros do setor produtivo cresceram quase 200% no primeiro mandato em relação ao governo FHC. O governo Lula fez o Estado voltar a atuar como importante investidor da economia. Exemplos disso: a criação da BrOI, que têm 49% do seu capital nas mãos do Estado; a compra e incorporação de bancos estaduais pelo Banco do Brasil (da Nossa Caixa, do Piauí, Santa Catarina e Espírito Santo) evitando que fossem privatizados; a participação da Petrobras em 2 grandes petroquímicas nacionais (a Braskem, com 30% do capital nas mãos da Petrobras; a Ultra, com 40% do capital nas mãos da Petrobras); o aumento da participação dos bancos públicos (BNDES, CEF, BB, BNB) no fornecimento de crédito para a economia do país. Elevou o volume de crédito na economia brasileira de cerca de 23% do PIB, em 2002, para 46% do PIB, em 2010;

Durante o governo Lula, nasceu o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) que prevê investimentos públicos e privados de R$ 646 Bilhões entre 2007/2010; até 2013 os investimentos previstos chegam a R$ 1,14 Trilhão. Esse mesmo governo reduziu a taxa de desemprego de 10,5% (Dezembro de 2002) para 6,8% (Dezembro de 2008) e reduziu os gastos públicos com pagamento de juros da dívida pública para 5,9% do PIB (em 2008), representando uma queda de cerca de 36% quando comparado com o segundo mandato de FHC.


Se vocês ainda acham pouco, vale a pena ver esse quadro comparativo:

Qualquer outra dúvida, há esse documento extremamente útil:

Algo mais a dizer? Apenas que Lula vai deixar saudade...

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