terça-feira, 17 de novembro de 2009

Teu, Corpo Meu




Não sei, Emanuela
Se eu soubesse, talvez, nem diria
Só sei que teu amor, me parece utopia

E em tempos de crise
És meu banco mundial

Não sei, Emanuela
Em mim, qual sentimento, antes, havia
Se esse diálogo terminava em aporia

Se for, me avise
Este amor é anormal?

Pois teus cabelos, mulher
Teus cabelos são, de Andrômeda, as correntes
Que me prendem ao que, por mim, sentes
Meu ninho, minha cocaína

Pois teus olhos, mulher
Teus olhos são minha pena de vida ou morte
Eles decidem meu azar ou minha sorte
Meu espelho, meu mantra

Pois tua boca, mulher
Tua boca é meu instinto de sobrevivência
É minha sacanagem, minha inocência
Meu sorriso, meu terreiro

Pois teu pescoço, mulher
Teu pescoço, é minha carne de primeira
É meu loló, minha seda, meu pé de roseira
Meu jantar, meu chocolate

Pois teu peito, mulher
Teu peito é o melhor dos meus travesseiros
É a minha salvação, minha paz, meus receios
Meu terremoto, minha mamadeira

E teu ventre, mulher
Ah, teu ventre, é o meu fértil quintal
Onde plantarei meu jardim ancestral
É meu meio, é o meu fim...

Meu princípio.

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