segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Sidharta (ou A Magrela Branquela)


Em meu passeio matinal, observando a natureza e, consequentemente, o lamaçal que, invariavelmente, forma-se no caminho entre o CFCH e o CE sempre que chove, flagrei uma magrela, branquela, completamente sem graça (mais por ser branquela do que pela sua magreza, visto minha inegável predileção por mulatas), ela, com um andar apressado e, ao mesmo tempo, distraído, ali, pelo meio do lamaçal.

Você quer saber o resultado deste andar? Isso mesmo, ela se espatifoou no chão, ou melhor, na lama. Passou, em menos de um segundo, de uma magrela, elegante, mas sem graça, para uma porca magrela, coberta por lama, porém, ainda elegante e com uma coisa que, se não era um atrativo objetivamente falando, passou a ser algo observável de forma admirável.

Confesso que não consegui esboçar um sorriso, o que seria normal vindo de mim ao presenciar uma cena como a aquela, mas também não tive a pena que nos faz dar a mão para ajdar o outro. Como um bom pretenso budista, acredito que existem, entre nós, os pequenos e os grandes barcos. Não que os pequenos sejam inferiores ou egoístas, apenas acreditam que o próximo deve aproveitar as dificuldades para aprender a se superar e ser forte para levantar-se sozinho. Não sei se era isso que ele queria dizer, mas tenho o direito de interpretar as coisas da forma que me convém. Talvez eu seja um Hitler Interpretando Nietzsche, mas, que se dane!

Por falar em pensadores, não lembro se foi Voltaire quem disse, mas, na dúvida, roubo-lhe a frase a la Michelotto e digo que a vida é muito curta para aprendermos apenas com nossos próprios erros e, aquela magrela, branquela, elegante, sem graça e, agora, toda melada de lama, me ensinou um dos segredos da vida, óbviamente que sem querer, pois, se fosse por querer, todos os adjetivos antes destinados a ela teriam um adjetivo complementar seguido de hífem: idiota.

É senhores, o que aprendi é que quando se está na lama, ou na bosta, se preferirem, não se pode haver nem pressa, muito menos descuido, pois, algo maior e mais vergonhoso provavelmente acontecerá.

Sarney que o diga.

(Se ela tivesse mais melanina na pele e oito quilinhos a mais, eu a comeria, em agradecimento)

(Guma)

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