sábado, 2 de maio de 2009

Alma Multinacional (2002)


Minha alma anda muito calma
Pobre como minha vida entediante
Destruo em mente flora e fauna
Deixo minha alma em cima de uma estante

Que na verdade é uma vitrine
De um grande shopping sobrenatural

Vou vender esta minha pobre alma
A uma grande empresa multinacional
Para conseguir dinheiro e respeito
Para comprar cocaína a preço de sal

E quando eu estiver com febre
Vou olhar pela janela
Para ver minha alma passeando por aí

E enquanto minha alma fede
Eu assisto mais uma novela
Mais uma ilusão, mais um final feliz

Que não é o meu

Pois o tudo e o nada
O começo e o fim
Pois o muito e pouco
É muito pouco para mim

Percebo que somos cegos
Surdos, mudos e aleijados
E que há tempos vendemos nossas almas
Para Deus e para o Diabo

E pior
Para grandes empresas multinacionais.

Multiculturais...
Multisexuais...

2 comentários:

  1. A alma de todo mundo tá à venda mesmo, essa é uma realidade dura e cruel, mas ainda há tempo de fazer com que nossas almas voltem a pertencer apenas a nós mesmos..levará tempo, mas acredito que seja possivel.
    como já disse o grande Chaplin:
    "O homem é um animal com instintos
    primários de sobrevivência. Por isso,
    seu engenho desenvolveu-se primeiro
    e a alma depois, e o progresso da ciência
    está bem mais adiantado que seu
    comportamento ético."

    Sabes o que acho dos teus poemas, textos e desesperos! :D demais.

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  2. vou casar contigo. fato.
    o nome do blog deveria ser Palavras do guma esperando comentarios de juh.

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