quarta-feira, 2 de setembro de 2009

A Bela Moça Que Me Lembra(va) Pensão


Para Tamires Costa

Creio que não mereces ser descrita
Apenas na forma de uma prosa
Peço que tomes, como uma rosa
Os versos de minh’alma maldita
Sei, de amor, és transbordosa
É fácil perceber, és carinhosa
E o contrário, ninguém acredita

Fazes de sua vida uma coisa restrita
Não procuras ser tão estilosa
Sentir qualquer sensação horrorosa
É uma das coisas que você evita
És frágil a alguma rebordosa
Porém sua silhueta é perigosa
Moça de ouro, uma valiosa pepita

Eu já assumi que, antes, não sabia
Se és branca de côco ou de neve
Mas teus olhos são de uma alma leve
Se muito os olhasse, até levitaria
Fosse de noite, de tarde ou de dia
Passaria a bendita, a alma que escreve
E te peço, desde já, que você releve
Ultrapassagens dos limites da ousadia

Eu imagino que seu olhar já invadia
Quem, há tempos, encará-lo se atreve
Ao teu olhar não se dá um olhar breve
Ele é mistura de ternura e simpatia
Ódio, compaixão, garra e alegria
Aumento salarial e estado de greve
E com a pureza de quem se atreve
A ficar triste em meio à plena folia

Sua magreza vem de forma elegante
E seu sorriso, com uma rara beleza
Em outra vida, terás sido realeza?
A resposta: mais um óbvio ululante
Pois teu sorriso é troféu na estante
É o remédio para qualquer tristeza
E redenção pra qualquer malvadeza
Que você invente de levar adiante

É, das imagens, aquela mais dopante
Aquela que dá a mais pura certeza
Que, no mundo, não teria impureza
A partir daquele belo e exato instante
Que, de tropas, ele estivesse adiante
Acalmaria os momentos de incerteza
Tivesse, um guerreiro, grande destreza
Nunca tentaria atacar um semelhante

Tua voz escutar, uma emoção tão rara
Já que não falas tão constantemente
Elevas cada ser e compras cada ente
Criando, em alguns, o pecado da tara
Em cada ouvido em que tua voz entrara
Criar-se-ia, logo, mais um doente
E tomado seria um tubo de aguardente
Por aquele que tua voz desencaminhara

Pois ela soa tão linda e tão clara
Que faria um satanista virar crente
Ou até político safado virar gente
E devolver o dinheiro que roubara
Tua voz faria meu corpo ficar odara
Me fazendo cantar de tão contente
Faria um culpado virar inocente
Abriria um oasis no deserto do Saara

Eu já assumi que o teu lindo nome
Sempre que ouço, me lembra pensão
Isso já me deu até muita aflição
Coisa que hoje já não me consome
É teu rosto lembrar para que tome
Ao sentimento, outra siginificação
Pois teu nome pode ser a solução
Fazendo de mim um poeta de renome

Bem sei que poema não mata a fome
Nem paga a água, a luz ou pensão
Mas ela provoca aquela tal emoção
É o alimento que nossa alma come
E a tristeza, depois disso, some
E tu, ambulante poema ou canção
Fostes a mais bela inspiração
Para que, ao cordel, eu retome

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