sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Sobre "SOBRE A ANTOLOGIA CEM POETAS SEM LIVROS"

Li a análise do escritor, ensaísta e mestrando em linguística, André Cervinskis, sobre a antologia CEM POETAS SEM LIVROS. Esse é o principal motivo de eu estar escrevendo aqui, agora.

Podem até achar que estou reclamando uma melhor análise por parte dele quanto aos poemas lá apresentados, ou mesmo que estou escrevendo por sentir meu ego ferido pelo comentário feito ao meu poema: “Há autores também que escrevem versos como se estivessem na escola primária; poemas sem lirismo, repletos de clichês: Sou frágil, mas sou azul como Carlos Pena Filho;/ Sou frágil, mas inesquecível como o velho Capiba;/ sou frágil, mas sou forte como Che ou Sandino;/ sou frágil, mas pernambucano como Chico em sua vida. (Sono, Guma)”. Mas não é bem isso. Venho dar os parabéns às análises de André, e digo mais, acho até que ele foi legal conosco. Acho até que ele foi legal comigo.

E que direito ele tem de julgar esse ou aquele poema? Essa pergunta pode surgir nos pensamentos de alguns. Eu respodo do alto da minha imbecilidade laconica e feia: Toda, afinal, ele é leitor.

Mas existe uma problemática e um risco que se corre ao se análisar um poema. A problemática é alcançar com precisão a intenção do poeta, saber o que ele queria dizer, e o risco é o óbvio, é se falar baboseiras, analisar de maneira equivocada um bom poema e fazer com que o poeta se sinta abatido e desestimulado. Evidentemente, não é o meu caso. Não sou poeta, sequer sou artista. Eu sou Guma.

A maioria dos críticos de arte, por sinal, são pretensos artistas que, com a explícita falta de talento, passam a julgar as obras dos outros, talvez como uma forma de vingança. Não quero, com isso, dizer que André Cervinskis é um artista sem talento. Não conheço bem as obras dele e, portanto, não posso afirmar muita coisa. Digo até que o pouco que li, escrito por ele, foi válido.

O que posso dizer em relação às críticas feitas ao meu poema, é que são completamente acertadas. Apesar de ter trabalhado com alunos do primário e nunca ter visto alguém escrever versos como os do meu poema em questão, confesso tê-lo feito em 2001, eu não estava no primário, mas era um recém-secudarista, saído iluminado de uma conversa com Geninha da Rosa Borges. Confesso também pouco me importar com o lirismo tão procurado por alguns poetas e pseudo-poetas. Na verdade, eu quero é que o lirismo se foda. Quanto aos clichês, não vejo um só poeta que esteja hoje na cena pernambucana que não seja arauto do ser supremo. Repito, não há um sequer.

Quanto aos bons nomes do livro... Sabemos que não há nada de novo. Isso não quer dizer que não há nada de bom, apenas não há nada de novo. De novo.

Um bom colega me deu um conselho, caso fosse o caso de responder, eu usasse os próprios versos escritos como se estivesse no primário:

Mas deixo a minha mente
Hermeticamente
Aberta
Porém coberta

De uma forma que ninguém possa ver
Mas que todos possam sentir
Como uma piada que ninguém quer entender
Mas da qual todos quem rir

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