terça-feira, 9 de março de 2010

[VI] Ritual Xamânico: Despacho de Si (Parte 2)


(Igarb) Com a minha alma tingida de marrom, saúdo a ti, Xangô, Senhor do fogo elétrico, meu São Pedro. Ofereço-te agebô e amalá, para que comas, e cerveja preta para que bebas em todas as Quartas-Feiras de tua existência. Há tudo isso em meu corpo! Peço, contudo, que atenda meu pedido: A procure nas pedreiras e na superfície de Júpiter! Kaô Cabecilé!


(Eis que um ser veloz perpassa a rua numa velocidade inacreditável, tudo leva a crer que se tratava de uma tartaruga)


(Bragi) Com a minha alma tingida de amarelo, saúdo a ti, Iansã, Senhora do fogo psíquico, minha Santa Bárbara. Ofereço-te acarajé, ipetê e bobó de inhame, para que comas, e champanhe para que bebas, assim como Xangô, em todas as Quartas-Feiras de tua existência. Há tudo isso em meu corpo! Peço, contudo, que atenda meu pedido: A procure nos bambuzais e, assim como Xangô, na superfície de Júpiter! Eparrei Oiá!


(Eis que uma outra coruja tomada pelo fogo, surge e os observa até desaparecer como se tivesse sido consumida pelas chamas)


(Igarb) Com a minha alma tingida de verde, saúdo a ti, Oxossi, Senhor das matas, meu São Sebastião. Ofereço-te axoxô e ewa, para que comas, e vinho tinto, água de coco e caldo de cana para que bebas em todas as Quintas-feiras de tua existência. Há tudo isso em meu corpo! Peço, contudo, que atenda meu pedido: A procure pelas Matas e, assim como Oxum, na superfície de Vênus! Okê Arô!


(Eis que um tatu surge brotando do chão e sai fazendo buracos pela rua que, somem em poucos segundos)


(Bragi) Com a minha alma tingida de preto e branco, saúdo a ti, Omulú, Senhor das curas e das doenças, meu São Lázaro. Ofereço-te feijão preto, carne de porco e pipoca, para que comas, e vinho tinto e água mineral para que bebas, assim como Exú, em todas as Segundas-Feiras de tua existência. Há tudo isso em meu corpo! Peço, contudo, que atenda meu pedido: A procure nos cemitério e grutas, e na superfície de Saturno! Atôtô!


(Eis que um caranguejo surge brotando do chão e, assim como o tatu, sai fazendo buracos pela rua, que somem em poucos segundos)


(Igarb) Com a minha alma tingida de verde e amarelo, saúdo a ti, Oxumaré, Senhor das quedas d’agua e do arco-íris, meu São Bartolomeu. Ofereço-te batata doce e bertalha com ovos, para que comas, e água mineral para que bebas, assim como Ogum, em todas as Terça-Feiras de tua existência. Há tudo isso em meu corpo! Peço, contudo, que atenda meu pedido: A procure na queda das cachoeiras, e no mundo que fica no fim do Arco-íris. Arrobobô!


(Eis que uma cobra com as cores de um arco-íris enrrosca-se pelos corpos de ambos até desaparecer como se fora mesmo um arco-íris)


(Bragi & Igarb) Com nossas almas tingidas de preto e vermelho, fechamos essa gira e saudamos a ti, Exu, Senhor das encruzilhadas, motor de nosso mundo: nós o oferecemos padê, para que comas, e cachaça para que bebas em todas as Segundas-feiras de tua existência. Há tudo isso em nossos corpos! Pedimos, contudo, que atenda nosso pedido: A procure pelas encruzilhadas, becos e na superfície de Mercúrio. Laroiê Exú, Exú ê, Exú Amogibá!!!


(Eis que todos os animais reaparecem adentram os corpos de ambos e, logo após, saído em forma de esfera sobrepujando-se um ao outro até que a esfera torna-se sólida e palpável.)


(Bragi & Igarb) Contemplem!!!

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