CAROL: Giovanni, sua mãe caprichou ontem, não foi?
NARRADOR: Antes que eu esqueça, até esse dia, eu adorava a comunicação estabelecida com a minha amada no recreio escolar!
GIOVANNI: Do que você tá falando, Carol?
CAROL: A surra que você levou ontem à noite... hihihi!
NARRADOR: Como assim, surra???
GIOVANNI: Como assim, surra?
CAROL: Aquela que eu ouvi da casa da Vivi, sua vizinha. Jantei lá com ela e ouvi tudo.
NARRADOR: Como assim, ouviu?
GIOVANNI: Como assim, ouviu?
CAROL: Ouvi ouvindo, ora...
GIOVANNI: Ahhh... ontem? Mas... mas... mas ontem não fui eu quem levei a surra, foi o meu irmão.
NARRADOR: Isso, jogue a vergonha nas costas de quem não precisa ainda do amor de uma mulher que não seja a sua própria mãe.
CAROL: Que coisa estranha... eu não sabia que a sua mãe dava surras nele gritando o seu nome e xingando você...
GIOVANNI: É que... é que... é que...
NARRADOR: Pense rápido! Pense rápido!
GIOVANNI: É que... ela falava para eu não fazer o mesmo que ele fez. Faz parte da educação que a minha mãe nos dá, castiga um e ensina o outro a não repetir o erro...
NARRADOR: Se esqueceu de citar a frase de Voltaire...
CAROL: Então você devia estar bem perto do seu irmão, não era?
NARRADOR: Hã?
GIOVANNI: Não, por quê?
CAROL: Porque seu braço tá cheio de marcas de cinturão.
NARRADOR: Auto-flagelo em solidariedade aos laços de sangue?
GIOVANNI: O que... o que... O que você trouxe pro lanche hoje?
NARRADOR: Caia nessa, por favor, caia nessa!
CAROL: Minha mãe colocou duas maçãs na minha bolsa.
NARRADOR & GIOVANNI: Ahhh...
CAROL: Mas me deu 50 centavos...
NARRADOR & GIOVANNI: E?
CAROL: Eu comprei todo de Xaxá!!!
NARRADOR: Eu amo essa garota!
GIOVANNI: Eu te amo!
CAROL: O que você disse?
GIOVANNI: Nada, nada...
CAROL: Tá certo... se não quer dizer...
GIOVANNI: Você tem visto Matu... ops, desculpa, N-a-n-d-j-i-n-h-o por aí?
NARRADOR: Eu era perfeito nisso: quebrar o clima.
CAROL: Não, desde ontem, tô até com saudade!
GIOVANNI: Mas você se viram ontem!!!
CAROL: O que é que tem? Não tem tempo certo para se sentir saudade! Você, por exemplo...
NARRADOR: Êpa! Êpa! Êpa! Ela vai dizer as palavras mágicas?
CAROL: Você, por exemplo... Eu... Eu...
NARRADOR: Vamos, diga, diga, diga, diga...
CAROL: Eu nunca tive tempo de sentir saudade. Nos vemos todos os dias!
NARRADOR: ♪ “Eu tentei fugir... não queria me alistar...”♪
GIOVANNI: Quer saber? Eu também nunca senti saudade de você...
NARRADOR: Só quando vou fazer dever de casa, assistir “Anos Incríveis”, jogar bola e nas refeições, sem contar quando vou dormir, mas, principalmente, quando estou acordado.
GIOVANNI: E nem que eu passe mil anos sem ver você, eu nunca sentirei saudades, me ouviu??? EU NUNCA SENTIREI SAUDADES DE VOCÊ!!! Xau... ou melhor, xauzinho, Carolzinha!!!
NARRADOR: É... pelo visto perdi a garota. E a sessão gratuita de Xaxá também!
Nenhum comentário:
Postar um comentário