quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Desamado, Desarmado e Desalmado



O que seria do ser amado sem o amor desejado? Puta merda, sinto-me o pai do clichê, nesse momento. Sinto-me cansado desse discurso, sinto-me completamente insuportável falando deste tema. Vejo-me como mais um, e eu sou “estrela”, odeio ser mais um. Quando o assunto é o amor, tenho sido mais verborrágico do que um debate entre Tom Zé e Paulo Michelotto. Pior... quando o assunto é o Brochante Desamor Desalmado (assim, com letras maiúsculas, a lá Kerouac e eu mesmo, em “Amor de Mordaça”) Eu tenho sido o mais insuportável dos seres. Porra... onde quero chegar?

A pergunta certa seria: de onde quero sair? De onde todos nós queremos... e lá vou eu, o Magnífico Estrelinha Multifuncional Comunista Desempregado, juntando-se à plebe... quero, definitivamente, sair do Fuderoso Limbo do Amor Descorrespondido & Transmutado em Desamor.

Na verdade, quero não! Já superei essa fase. O que eu quero é que vocês amem! Isso mesmo, amem! Não falo do amor incondicional, aqueles que são praticamente congênitos, nem mesmo os adquiridos através da amizade, os riscos desses tipos de amores são ínfimos se comparados com aquele ao qual me refiro. Falo daquele amor, avassalador, enlouquecedor, aquecedor e extremista, aquele amor que você olha para trás e não vê mais nada, apenas ele.

Pouca gente tem a coragem (isso mesmo CORAGEM) de viver um amor como esse acima citado. Vai contra os princípios moderninhos e pseudo-libertários da convivência contemporânea. Eu mesmo, não sei se tenho coragem de entrar nessa fogueira mágica, que só te machuca no momento que você sai dela. Essa falta de coragem de minha parte seja por, talvez, eu ainda estar machucado pelos efeitos desta dor. Além de perigoso, tornou-se brega amar, tornou-se mais brega ainda falar sobre o amor, talvez pelo fato de que ele não é mais vivido com aquela intensidade dita anteriormente. Não estou querendo ser moralista, principalmente pelo fato de que o amor ao qual me refiro é completamente imoral, mas os amores descartáveis são regra, nos dias de hoje.

Tempos atrás escrevi um espetáculo chamado “Menos Bares & Mais Malabares”, falando da decadência de nossa cidade e de nossas almas... basicamente divaga sobre o fato de que vivemos num mundo com menos poesia e mais comércio, com menos confeitos e mais balas, com menos Capiba e mais Spock, com menos música e mais couvers, menos liqueur e mais corantes, menos Chico Science e mais China, menos alegria e mais alergia, com menos confetes e mais poluição... com menos talvez e mais não.

Para bom entendedor, meia palavra basta... e eu já escrevi um texto inteiro!

10 de Novembro

O Natal do amor.

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