segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Música, Fascínio & Pancake



Senhores, senhores... estive no dia de ontem, 21 de Novembro, no Marco Zero, de uma forma completamente acidental, assistindo a apresentação do Teatro Mágico. Juro que minha visão em relação ao grupo não era lá das melhores, mas, após assistir o tal show (afinal, pra se falar é necessário ver e ouvir), percebi que minha visão piorou bastante. Não falo do grupo em si, mas falo da proposta, uma espécie de mistura entre Jota Quest, Zeca Baleiro, Cordel do Fogo Encantado e Patati-Patatá.

Juro que não estou sendo irônico, muito menos preconceituoso. A verdade é que, para um amante da música feita com originalidade, Teatro Mágico não desce. Não vim aqui fazer um ataque direto ao grupo, que são músicos que fazem uma música de uma qualidade regular, mas ataco a proposta, a pseudo-poesia lotada de lugares comuns, a utilização do circo como um elemento completamente desassociado com a música, apenas para, quem sabe, desviar a atenção das letras superficiais cheias de pretensão. O fascínio decorrente disso lembra muito os desvios forçados de atenção dos nossos queridos palhaços Patati & Patatá, dos quais sou expert e sei todas as letras, graças, óbvio, à minha pequena filha, que me força a assisti-los com ela. Menos mal, pois vi pais com uma tarefa bem mais complicada ontem, assistir o Teatro Mágico, alguns com suas filhas em suas costas...

O Ponto básico, que mais me incomoda, talvez seja o fato de que eles, a “trupe” do Teatro Mágico são POPs, tal qual, por exemplo, o Jota Quest, mas, pelo menos, os mineirinhos ruins de música não cobrem a cara de pancake e atolam gente brincando com malabares. Ele enfrentam o público de cara limpa, essa é a diferença básica. Óbvio que o Teatro Mágico tem uma música um pouco menos ruim do que a banda mineira, não vamos negar. Essa constatação que eu já havia em minha mente foi reforçada por um de meus companheiros de martírio nesta noite, meu grande amigo Biagio Pecorelli. Foi quando eu vi que não era louco, e se fosse, não estava sozinho. O fato é que, para quem gosta realmente de circo, assim como eu, o Teatro Mágico é mais do que uma poluição visual e sonora, é um insulto. Deu vontade de montar uma banda de brega e colocar umas meninas de bermudinha coladinha, controlando aereamente garrafas de cana. Sem dúvidas seria bem mais original.

Mas, enfim, não venho discutir gostos. Gosto é que nem nosso tão necessário (e por alguns, tão maltratado) anus... cada um tem o seu.

Que saudade de Tom Zé!

6 comentários:

  1. bote fé, mais um filho bastardo da commedia dell'art practicando uma hibridização bizarra nessa época de músicas predominantemente copy of a copy of a copy

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  2. É tão bom não estar sozinho... =D

    Originalidade, renasça!

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  3. E tens o inalienável direito de fazê-lo, caro leitor!

    Mas espero que esteja fazendo-o depois de ler e refletir acerca daquilo que foi apresentado, de uma forma imparcial, livre de paixões...

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  4. Demorei para comentar, mas é aquilo mesmo que falei no show da Semente de Vulcão, os circenses do Teatro Mágico estão lá pra desviar atenção das músicas/letras ruins. Coisa que os músicos da primeira não precisam, apesar de xerocarem muito de Cordel do Fogo Encantado.

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  5. Interessante argumento, Diego. Vejo uma influência mto forte de Cordel nos meninos do semente, mas os admiro por enfrentar de peito aberto essa comparação. Como eu disse pro João, vocalista da banda, Semente é bem melhor do que Teatro, a unica coisa q eles tem de aprender com eles é comprar uma maquiagem melhor... hehehehe

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