quarta-feira, 29 de abril de 2009

A Minha Mulher (2001)

Sou artista e você, minha mulher
Não espere de mim atenção especial
Pois minha arte é meu prato principal
Pois prefiro minha arte à você

Sou artista e você, minha mulher
Saiba que me amor é irreal
E você sendo uma mulher, é normal
Contentar-se em ao meu lado viver

Saiba que meu amor por você é inócuo
E nunca poderá ser mesmo concreto
Porém algo em mim é bem certo
Te seguir, para mim é humilhação

No meu carnaval, és só um bloco
Mas desejaras fazer o que é correto
E terás que carregar em ti o feto
Referente à minha perpetuação

Nunca entrarás em minha mente
E sempre respeitarás meus mestres
Serás como uma bela flor campestre
E sorrirás enquanto teu coração parte

Terás que me seguir, nunca indiferente
Terás que ser meia dúzia de mulheres
Terás que fazer o que não queres
Serás, então, a sombra da minha arte

Mas que arte tão profana
Quero te ter em minha cama
Para livrar-me dos idiotas do amor

Das minhas crenças o orgulho brota
Como nascesse uma frota
De poetas de alma morta, sem dor

Contente-se, minha cara
Pois nada me fará mudar
Nem o fogo, o vento ou o mar
Pois serei um eterno artista

No egocêntrico fogo do meu ser
Até que meu fogo se apague
E o seu possa então acender

Nenhum comentário:

Postar um comentário